Na sequência da rodada especial de entrevistas com os vereadores eleitos, Camila Carolina de Oliveira, do Republicanos, foi convidada a falar sobre sua trajetória e expectativas. Ela tem 42 anos e é técnica de enfermagem. Fez campanha se referindo como a única candidata conservadora bolsonarista e foi eleita com 647 votos. A ligação com o conservadorismo, a saúde e o interior devem ser nortes do mandato. Confira os principais pontos desse conversa.
Jornal Ibiá: Como a única candidata conservadora bolsonarista, da forma como a senhora mesma se refere, que pautas conservadores devem marcar a sua passagem pela Câmara?
Camila Carolina de Oliveira: O conservadorismo defende o que é bom e tenta gradualmente modificar o que é necessário ao longo dos anos. Então, aquilo que a grande maioria já entende por valores da família, contra ideologia de gênero, aborto, liberação das drogas, são as pautas que defendemos.
A senhora, por sua profissão, tem ligação com a área da Saúde e traz como bandeiras um banco de sangue em Montenegro. Como isso pode se concretizar?
Camila: Nós já tivemos um banco de sangue no Hospital Montenegro há alguns anos. Acredito que a grande maioria da população lembra que ele fechou. E então, quando houve a necessidade de um familiar meu, que foi operado do coração e teve que fazer transfusão de sangue, nós não tivemos. Não teve como fazer a doação. Tivemos que nos deslocar até Porto Alegre. Na ocasião, a Prefeitura cedeu um ônibus pra transportar as pessoas e eu fiquei observando que às vezes a gente consegue uma lotação de 20, 30 pessoas pra ir doar, mas chega lá, nem todas conseguem. Aquilo não é efetivo. A gente já está transportando as pessoas, já tem o risco do transporte, o custo, então porque não termos um banco de sangue novamente em Montenegro? É uma coisa que a gente quer entender, quer buscar e poder ter a oportunidade de trazer novamente pra nossa cidade. Enquanto vereadora, pretendo fazer é trabalhar com as articulações políticas; e aproveitar essa interação com os deputados estaduais e federais para poder garimpar, trazer alguma coisa efetiva pra nossa cidade.
A senhora também falou do desejo de trazer uma escola cívico-militar para Montenegro. De onde vem esse desejo?
Camila: Na realidade, o desejo não é apenas meu, é da sociedade. Toda a sociedade clama por uma escola cívico-militar pelos dados de alto aproveitamento que elas têm. A ordem, a disciplina, o regramento…todos aqueles alunos que saem de uma escola cívico-militar saem preparados para prestar um vestibular, para seguir uma carreira, para um curso técnico. É o que a sociedade clama. A gente vê, hoje em dia, que se perdeu aquele encantamento que nós tínhamos por nossos professores quando éramos crianças e a gente precisa resgatar esses valores.
A senhora já teve algum contato com o prefeito eleito após as eleições?
Camila: Sim, duas vezes. Logo depois da eleição, a gente já sentou e conversou. Tem muita coisa bem alinhada aí. Claro que a gente não é consenso em tudo. Há algumas divergências, mas ele me pediu pra deixar as coisas acontecerem. Então, vamos deixar as coisas acontecerem e, na medida em que vão acontecendo, a gente vai se posicionando ou, talvez, dando alguma opinião em alguma questão.
A senhora foi na carreata de agradecimento do Zanatta, apesar de serem de partidos opostos. Já foi uma bandeira branca?
Camila: Agora não existe partido, não existe nada. Acredito que o nosso povo já sofreu muito com essa sequência de impeachment’s, brigas, disputas. Montenegro merece mais. Pra gente ter confiabilidade, para os empresários virem investir numa cidade, ela precisa ser uma cidade com estabilidade política, também. Porque qual empresário vai querer vir pra uma cidade que a qualquer momento tira o prefeito, a qualquer momento acontece um escândalo? Então, da minha parte, eu irei cooperar para que Montenegro tenha estabilidade política e para que nós possamos atrair empresários pra se instalarem e gerar emprego e renda.
A senhora disse que o seu gabinete está à disposição para ser comitê de Bolsonaro na campanha de reeleição. Já vimos lideranças políticas muito ferrenhas na defesa do presidente e que acabaram se distanciando dele. A senhora não tem receio de declarar essa disposição tão antecipadamente?
Camila: Eu conheci o Bolsonaro no final de 2016 e, até então, eu não tinha todo esse esclarecimento Político que eu tenho hoje. No momento em que eu comecei a conhecer ele e a Política, eu comecei a entender que muitas das coisas que ele falava era o que eu acreditava. Eu abracei a campanha dele. Acho que fui a pessoa que mais falou, que mais acreditou nisso em Montenegro. Eu sigo confiando no que o presidente fala e só vou deixar de apoiar o presidente no momento em que houver algum caso de corrupção, que ficar comprovado que o presidente roubou. Fora isso, eu continuo acreditando nele.