Sinistros. Um galpão e duas residências foram destruídos
Brochier, Montenegro e São José do Sul protagonizaram três incêndios entre a noite de terça-feira, 28, até a madrugada dessa quinta-feira, 30. Os prejuízos materiais foram grandes, mas, em meio à tristeza surge um motivo de alegria, que traz esperança em dias melhores, para uma das famílias atingidas pelo sinistro: o nascimento de mais um membro da família.
A série de incêndios teve início na noite de terça-feira, 28, na rua José Guilherme Schneider, na Vila Rosa, em Brochier. Seu Hélio Griebeler e a esposa dele, Maria Nelci Griebeler, estavam na casa da filha, Sileni Elis Closs, comemorando o aniversário do esposo dela, Paulo César Closs, quando souberam do sinistro na propriedade.
Os Bombeiros Militares de Montenegro foram acionados e a própria comunidade moveu esforços para tentar controlar o fogo que atingiu o galpão usado como depósito de carvão. Naquele mesmo dia, dois caminhões carregados com cerca de 10 toneladas do produto haviam sido descarregados no local.
Mesmo com o trabalho dos bombeiros, e do uso de mais 11 cargas de água, transportadas dos açudes do entorno por um caminhão pipa, o galpão e todo o material que estava dentro dele – carvão e ferramentas – foram totalmente destruídos. Três caminhões também sofreram danos irreversíveis – apenas um deles possui seguro. “Foi tudo muito rápido. Em cerca de 30 minutos já não tinha mais o que fazer”, conta Sidinei Griebeler, filho de Hélio.
O cachorro da família foi salvo por um vizinho que pulou a cerca para soltá-lo da corrente. O animal teve queimaduras no rosto, mas passa bem. As galinhas da criação de dona Maria conseguiram fugir das chamas. O galpão queimado fica bem ao lado da casa onde mora o casal, por sorte e pela atuação dos bombeiros, o fogo não atingiu o imóvel.
A causa do incêndio ainda é desconhecida. Em cerca de 27 anos trabalhando com carvão, seu Hélio nunca tinha visto nada igual. “Isso não tem explicação. A gente não queria acreditar”, desabafa o aposentado.
Sidinei acompanha o trabalho do pai desde criança, há anos ele também se dedica ao ramo e não pretende desistir diante da adversidade que se impôs neste final de ano. “Já avisamos os clientes que não teremos mais entregas neste ano. Temos que fazer a limpeza, calcular os prejuízos e ver por onde começar de novo. Praticamente, começar do zero”, explica o distribuidor de carvão.
Motivo de alegria em meio ao caos
A quarta-feira foi de limpeza na propriedade de seu Hélio Griebeler. Máquinas da Administração Municipal ajudaram a retirar as cinzas e no rescaldo do incêndio. Contudo, os semblantes dos moradores não eram de tristeza, isso por que nasceu mais um membro da família.
O 5º neto do casal Hélio e Maria veio ao mundo com 3,710 gramas, no Hospital Unimed Vale do Caí, na manhã de quarta-feira. A menina Louise Gabrielly Closs é filha de Sileni e Paulo César Closs. Para os avós e o tio Sidinei, a chegada do bebê, incentiva ainda mais a família a erguer a cabeça e recuperar as perdas materiais.
Fogo no bairro Santo Antônio
O segundo sinistro com graves perdas materiais ocorreu na rua Clodomiro José Machado, no bairro Santo Antônio, em Montenegro. O fogo na casa de madeira começou por volta das 18h. Informações preliminares dão conta de que um curto-circuito pode ter sido a causa.
Além da destruição de móveis e objetos, dois cães acabaram morrendo em um dos cômodos da casa. O imóvel era alugado e os moradores não se encontravam na hora do incidente.
O corpo de Bombeiros utilizou quatro mil litros de água para conter o fogo e 10 mil litros no rescaldo. Uma moradora do bairro, Ângela Leci, disse que houve demora para o envio da segunda carga de água. Ela reclama que teve seu pedido ignorado ao ligar para o quartel solicitando mais um caminhão para reforçar o atendimento.
O comandante da guarnição de combate a incêndio que atuou na operação, sargento Ricardo Viegas de Mattos, explica que o caminhão com reforço de água foi solicitado quando constatou-se a real necessidade. Além disso, segundo Mattos, a água extra foi utilizada no rescaldo, ou seja, quando o incêndio já havia sido controlado. “Eu já tinha solicitado o caminhão, o tempo que ele levou para chegar ao local deve ter sido de uns 12 minutos. Solicitei água para o rescaldo, não era para o combate. A população vê a nossa correria, se preocupa e quer que venham mais pessoas, mas, nessas horas, gente demais até atrapalha”, comenta.
O sargento ressalta ainda que o trabalho dos bombeiros atingiu êxito. “É muito raro uma casa de madeira permanecer com as paredes externas erguidas depois de um incêndio como esse. Tivemos bastante trabalho no rescaldo, mas tudo acabou bem”.
Moradores perderam tudo
Abalada com a situação, a moradora do imóvel do bairro Santo Antônio não quis falar com a reportagem. O desespero dela aumentou ao saber da morte de suas duas cachorrinhas. Ela e o companheiro ficaram apenas com a roupa do corpo.
Uma vakinha online foi criada para arrecadar recursos para o casal. O endereço eletrônico para doar qualquer valor é: http://vaka.me/2599715. A ajuda também pode ser prestada de outras formas, uma delas é por Pix (Chave CPF: 736.754.580-91 – Tânia). Os números de contato com o casal são 51 9 9649 9534 e 51 9 9824 0235.
Memórias que o fogo não apaga
Enquanto as chamas consumiam o interior da residência, Carli Jacob Bütenbender recordava-se dos bons e inesquecíveis momentos vividos em família na casa que pertenceu a mãe dele, dona Irma Büttenbender, de 99 anos. A idosa faleceu no dia 25 de novembro deste ano. A família ainda tenta se acostumar com a ausência da matriarca.
A casa era ponto de encontro da família. Celebrações de Natal, Dia das Mães e tantas outras fazem parte das memórias de seu Carli. “Morei vários anos com a mãe. Tivemos tantas festas aqui. Ver a casa virando cinza dá uma dor no coração. Parece que é uma parte da gente que se foi”.
Altas temperaturas podem estar relacionadas a incêndio em São José do Sul
O terceiro incêndio registrado em imóveis na região, em pouco mais de 24 horas, ocorreu às margens da BR- 470, próximo da divisa entre São José do Sul e Salvador do Sul. Um caminhoneiro que passava pelo local viu as chamas e ligou para os Bombeiros de Montenegro. O fato ocorreu por volta das 23h de quarta-feira, 29. O combate ao fogo seguiu até o início da madrugada dessa quinta, 30.
Conforme o sargento Ricardo Mattos, os moradores estavam passeando, no bairro Santo Antônio, em Montenegro, quando ao retornar para casa se depararam com o incêndio. A causa do fogo ainda é desconhecida, mas há suspeita que as altas temperaturas possam ter influência. O telhado da residência era de zinco – material que concentra calor -, além disso, a casa estava toda fechada. As chamas se alastraram rapidamente pelo imóvel de cerca de 170 metros quadrados.