Crime. Polícia Civil incentiva o registro de Ocorrência em casos suspeitos
A Polícia Civil quer intensificar as investigações sobre casos de envenenamentos em bairros de Montenegro. Mas para isso a população precisa colaborar. Dois passos devem ser seguidos visando auxiliar o trabalho: um deles é registrar Boletim de Ocorrência, no caso da morte dos animais; e também denunciar, quando indivíduos forem flagrados em atitudes suspeitas. O Setor de Investigação (SI) da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) de Montenegro recebeu representantes do Conselho Municipal de Proteção Animal, membros da Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais (Amoga) e a assessora do vereador Cristiano Von Braatz (MDB), Janete Zirbes, para tratar sobre a questão.
O chefe da SI, Alisson Castilhos, salientou que a Polícia tem dificuldade para instaurar investigações sobre casos desta natureza, porque a população não denuncia o fato. “Não custa nada registrar a Ocorrência. A partir do momento que houver uma grande demanda será dada uma atenção especial para esses casos”, ressalta o investigador. “No Facebook, a gente vê reclamações sobre envenenamentos. Mas ninguém leva o caso até a Delegacia”, observa.
O policial destaca ainda a importância das denuncias anônimas. “Nem sempre a pessoa quer se identificar, mas, nesse caso, quando notar algo suspeito acontecendo na rua onde mora, pode ligar para nós”. Imagens de câmeras de monitoramento também podem contribuir com o trabalho da Polícia. Inclusive, Alisson orienta que, antes de ir até à DP, o cidadão procure seus vizinhos que têm sistema de filmagens, e faça cópia das imagens para levar junto. Restos de alimentos que possam ter sido ingeridos pelos bichos também devem ser levados para análise das autoridades. “O que pode indiciar alguém é um conjunto de situações. Se for possível ter um laudo do veterinário atestando a possibilidade de envenenamento é ainda melhor”, comenta.
Os números da Polícia Civil para denuncias são: 3632-1111, 3649-0001 ou pelo 197. O autor responderá por maus tratos a animais, e a pena pode variar.
Só no bairro Ferroviário já foram oito mortes este ano
Durante a reunião, o grupo de voluntárias aproveitou para demonstrar um levantamento realizado numa caminhada, feita no último dia 22 de julho, no bairro Ferroviário. Somente naquela comunidade foram identificadas oito mortes de animais por suspeita de envenenamento.
A presidente da Amoga, Luíza Kimura, diz que a situação está insustentável e a Polícia precisa agir. “Essa reunião tem o propósito de ver o que pode ser feito em relação aos casos de envenenamento. Queremos saber de que forma a Polícia pode nos ajudar”, explica.
A presidente do Conselho Municipal de Proteção Animal, Jamile Biehl, e a voluntária Iana Zirbes, também participaram do encontro. Conforme Iana, muitas pessoas do bairro Ferroviário estão com medo de ter animais de estimação e acabar perdendo eles para a morte. A voluntária também ressalta que o período de maior incidência de casos é de junho a setembro. “Nos meses de verão não temos registros”, comenta.