Após Decreto, aumenta a procura por armas em Montenegro

Segurança. Responsável por único estabelecimento credenciado atesta aumento no movimento

Desde o dia 15 de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro assinou o decreto flexibilizando a posse de arma de fogo, a procura por estes produtos cresceu em Montenegro. No único estabelecimento credenciado para a venda desses materiais no município, o movimento de interessados aumentou.

O proprietário do estabelecimento comercial, com experiência de mais de 33 anos na área, Henrique Nogueira, 54, ressalta o fato de, embora a procura tenha aumentado, o número de vendas ainda não sofreu uma elevação significativa. Isso porque o processo de conclusão da compra leva em torno de 45 dias. O preço das armas variam de cerca de R$ 3.000,00, no caso de um revólver cinco tiros a R$ 12.000,00 em uma pistola Glock .380.

Ele ressalta que o boom da venda ocorrerá caso o Estatuto do Desarmamento seja revogado e mais calibres liberados para a população. “Eu achei o Decreto do Bolsonaro muito fraquinho. Se fosse eu, tinha baixado os impostos, metade do valor das armas é imposto, fora o absurdo da taxas cobradas. Antes do Estatuto, era R$ 19,00, agora gasta R$ 650,00.

Vendas, entretanto, não subiram consideravelmente

Nogueira defende a liberação do porte e a revogação do Estatuto do Desarmamento. Para isso, ressalta a importância de treinamento e capacitação adequados. “Carro é muito pior que a arma. Muito mais responsabilidade. Se passou nos exames, está capacitado”, comenta. O comerciante acredita que, com treinamento e prática, é possível aprender a manusear armamentos com precisão.

Para evitar possíveis excessos, ele prega o casamento entre liberação e punição. “O negócio deveria ser o seguinte: Não existe uma lei que te impeça de beber e dirigir o teu carro, mas se eu te pegar é 20 anos de cadeia. É isso que tu tem que saber. Não adianta assinar um papelzinho soprar o bafômetro e ir para casa”, compara.

A partir do decreto assinado pelo presidente Bolsonaro, pessoas com mais de 25 anos passaram a ter o direito a comprar até quatro armas para guardar em casa. Em casos específicos, o limite pode ser ainda maior. A validade do registro também foi alterada passando de cinco para 10 anos. Para andar com a arma na rua, é preciso ter direito ao porte, o que não foi tratado no decreto. O Decreto também retira a obrigatoriedade de o cidadão comprovar a necessidade de ter uma arma em casa.

O documento assinado pelo presidente vem na onda do referendo previsto no Estatuto do Desarmamento, realizado em 2005. A pergunta era “o comércio de armas deve ser proibido no Brasil?” e 64% dos brasileiros responderam “Não”.

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