Contraponto. Comerciante de 32 anos passou quatro dias preso na Modulada
Preso em flagrante pela Brigada Militar sob a acusação de ter estuprado uma adolescente no bairro Ferroviário, no dia 30 de janeiro, um comerciante de 32 anos passou quatro dias recolhido na Modulada de Montenegro até ter sua prisão relaxada. Através do seu defensor, o advogado Julio Cezar Licks Machado, ele entrou em contato com a reportagem do Ibiá para apresentar a sua versão e tentar demonstrar que é inocente.
Entretanto, o comerciante preferiu, na última hora, não estar presente no escritório do advogado no Centro, ontem à tarde. De acordo com Licks, a casa em que a família da vítima morava, localizada a poucos metros do imóvel do cliente, onde também funciona uma oficina, é uma invasão e a própria proprietária do imóvel estava lutando para que os ocupantes fossem despejados.
“Toda a vizinhança, a comunidade local estava reclamando de muita movimentação à noite, de gente desconhecida ali. O pessoal é que decidiu ir ali quebrar a caixa de luz e o hidrômetro porque somente o proprietário é que pode pedir a religação”, afirma o defensor. Ele garante que o seu cliente não teve contato com a menina, tendo, inclusive, testemunhas disso, já que tanto a adolescente como a sua mãe estavam em um mercado.
Licks vai além, ao afirmar que o comerciante não entrou em casa, descartando que o seu cliente tenha sido o responsável pela quebra de alguns pertences em seu interior, conforme pode ser demonstrado na ocorrência registrada na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento do Vale do Caí (DPPA).
O advogado afirma que o seu cliente acredita que tenha sido vítima de uma represália da mãe e da filha depois que quebrou a caixa de luz e o hidrômetro da casa. “Elas ficaram muito brabas quando chegaram e viram que invadiram o pátio e as deixaram sem água e sem luz. Ele alega que inventaram isso como uma vingança, assim como a acusação de que vinha olhando de forma agressiva para a mãe da menina”, destaca o advogado. Até pesou, para que pegasse o caso, o fato de muitos vizinhos o terem procurado para serem testemunhas de defesa, inclusive se oferecendo para ajudar a pagar os seus honorários.
O defensor observa que, no momento, o inquérito policial está em andamento na 1ª DP. Após concluído, vai para o Ministério Público (MP). Por sua vez, o representante do órgão decidirá se vai denunciar ao juiz, que aceitará receber a denúncia ou não.
Pai de uma menina de 13 anos e de um menino de três, o comerciante ficou quatro dias no presídio em uma ala separada, pelo tipo de crime. “Foi um trauma, mesmo com o apoio dos familiares e amigos, mas ele confia na inocência dele”, acrescenta. Por fim, o advogado, de posse das informações recebidas do cliente, diz ter certeza de que terá condições de provar que o mecânico é inocente da acusação de estupro.