Reitoria afirma que campus da Uergs ficou inviável

A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) se manifestou a respeito do fechamento do Campus em Montenegro. Em nota assinada pelo reitor Leonardo Alvim Beroldt da Silva, reiterou que a decisão foi tomada em razão das “dificuldades enfrentadas pela Universidade para manter a oferta desses cursos na Unidade em Montenegro”, referindo-se ao pagamento de aluguel (valores anuais que variam entre R$500.000,00 a R$600.000,00) do espaço compartilhado com a Fundarte (Fundação Municipal de Artes de Montenegro), desde 2001. O texto também garante que as turmas já em andamento permanecerão, até a formatura dos graduandos (estimada para 2026).

A partir de 2023, o ingresso de estudantes nos cursos de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro ocorrerá apenas na Unidade em Porto Alegre. A reitoria assinalou ainda que, por 10 anos, “a comunidade universitária” buscou sem sucesso por uma sede própria na cidade que garantisse a qualidade de ensino. “Mas, infelizmente os cursos… não lograram êxito em encontrar alternativas reais de possibilidade de espaços próprios na região”, diz o texto.

A situação do campus foi descrita como “limite de evasão e de ociosidade de vagas, e de falta de transporte, de espaço e de infraestrutura”. Situações que, ainda conforme a reitoria, fizeram a comunidade estudantil não se sentir mais acolhida pela cidade. Dados do período de pré-pandemia indicam que as vagas ociosas e evadidas, em 2018 e em 2019, já oscilavam entre 48% a 76%, a depender do curso. E a justificativa para que toda essa situação negativa não fosse de conhecimento do público em geral é a postura “heroica” dos estudantes e dos professores em abrandar essas notícias para fora da faculdade.

A decisão final foi tomada após longo processo de Grupo de Trabalho paritário, que percorreu cada uma das instâncias da Universidade, passando desde os colegiados de cada curso até as análises e pareceres técnicos e administrativos. Ela foi decretada em 27 de outubro pelo Consun – instância máxima da Universidade. Assim, a reitoria afirma que, para os cursos de Artes seguirem existindo, sua incorporação em Porto Alegre foi a única alternativa viável e concreta.

Em defesa, aponta as possibilidades crescimento dos cursos, através de convênio inédito de colaboração firmado com a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Justifica ainda que na Capital poderão ser firmadas parcerias relevantes com instituições como a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), o Teatro de Arena, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs).

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