Estágio facilita ingresso do jovem no disputado mercado de trabalho

Experiência. CIEE disponibiliza 32 vagas, em diversas áreas, para a região

Ingressar como estagiário em uma empresa e obter uma colocação no mercado de trabalho é um desafio encarado com seriedade pelos jovens. De acordo com o supervisor do Centro de Integração Empresa-Escola de Montenegro (CIEE), Douglas Eduardo Aprato Silva, de 36 anos, o índice de estagiários nas empresas subiu 7,16% na região do Vale do Caí no ano de 2016.

“O estágio oferece possibilidade de formação diante da realidade do estudante e conhecimento para estar apto a executar tarefas pertinentes a seu curso”, afirma. Na seleção, leva-se em consideração a iniciativa, pró-atividade, trabalho em equipe, empenho pelo resultado. “É importante também que o candidato busque informações sobre como a empresa conduz os funcionários para se enquadrar”, acrescenta.

Douglas ainda explica que, no estágio não-obrigatório, o aluno tem direito a um recesso remunerado após seis meses, equivalente a 15 dias, ou 30 dias, correspondentes a 12 meses. O prazo máximo para estagiar em uma empresa é de dois anos, ou continuar como contratado, havendo efetivação. A taxa de admissões para o ano de 2016 no setor privado foi de 62%.

É importante, inclusive, segundo o supervisor, que o estudante esteja atento aos documentos: Termo de Compromisso de Estágio, relatório de atividade (entregue também ao supervisor do estágio), frequência indispensável para permanência. O CIEE conta com 32 vagas de estágio em aberto na região de Montenegro. Para se inscrever, basta ir até o local, levando Carteira de Identidade e atestado atual de matrícula, ou acessar www.cieers.org.br e realizar o pré-cadastro.

Boa chance de aprendizado
A jovem Adriane Boff ressalta que, para o primeiro emprego, um estágio é ótimo. “Eu comecei na Química, trabalhei por muito tempo com carteira assinada, mas acabei trocando para Jornalismo. Então precisei começar do zero”, afirma. “Os cursos não têm nada a ver um com o outro e eu me sentia um peixe fora d’água”, acrescenta. Ela trabalhava em um laboratório, mas era muito estressante e, além de não ter tempo para a vida pessoal, Adriane conta que era muito mal-humorada. “O fim foi quando apareceram cadeiras de cálculos”, complementa.

Com 26 anos, ela é estagiária da TV Cultura há cerca de um mês e meio. Agendar pautas e marcar entrevistas são algumas de suas tarefas. “Mas gosto de ser estagiária pelo aprendizado. Acabamos absorvendo muito conhecimento e sempre têm uns colegas que querem te ensinar de tudo um pouco. É diferente de ser contratado, quando que tu só fazes o de sempre e pronto”, compara.

Adriane acredita que, para a empresa, o que vale é o custo-benefício. “É muito melhor ter um estagiário que recebe pouco, às vezes muito pouco, e que realiza as mesmas funções de um funcionário. É uma mão de obra mais barata”, admite. Porém, para ela, há situações diferentes: alguns lugares gostam de tê-los circulando, pois podem ensinar muitas coisas e, de certa forma, se sentem úteis em ajudar na construção de um futuro profissional.

A única dificuldade é o salário. “Acho pouco porque mais da metade vai para a faculdade e normalmente recebemos menos que um salário mínimo. E eu ainda tenho casa, carro, outras coisas”, pondera. “Se não fosse o meu marido me ajudando, eu não conseguiria manter os estudos, nem a casa”, finaliza.

Leilane Moraes de Sá, 18 anos, estagiária da Unimed Vale do Caí, gosta muito do trabalho que faz. “Tenho aprendido um bocado, principalmente agora, nas férias. Todos os conhecimentos que obtive nas aulas consigo visualizar na prática. E, embora eu não possa fazer nenhuma técnica com os pacientes, auxílio os técnicos em enfermagem”, revela.

Há um ano, Leilane faz curso de Técnico em Enfermagem e ingressou no Hospital há sete meses. Ela planeja terminar o curso e fazer uma especialização em Enfermagem do Trabalho. “Por enquanto, não pretendo cursar faculdade”, salienta a jovem.

Enfermagem, segundo a jovem, é uma profissão muito bonita: nós ganhamos para ajudar as pessoas todos os dias. “E ajudamos a quem mais precisa. Não sei bem quando comecei a gostar dessa área, mas não me vejo em um escritório, amo hospital”, conclui.

Direitos e Deveres do Estagiário
O estágio oferece muitas oportunidades: gerar conhecimento, aprendizado e experiência para que os estudantes tenham certeza sobre a profissão escolhida e entrem no mercado de trabalho mais preparados. No entanto, para que todo o processo ocorra da melhor forma, é necessário que ambas partes – empresa e aluno – colaborem.

Direitos e Deveres
– Recesso remunerado;
– auxílio transporte;
– seis horas diárias e 30 semanais;
– quando é dia de prova na escola ou faculdade, podem reduzir a jornada de trabalho;
– direito ao recesso remunerado de trinta dias a cada período de doze meses, ou proporcional no caso de período inferior a um ano;
– quando o estágio é obrigatório, são oito horas diárias e 40 horas semanais;
– para estudantes do Ensino Fundamental e da Educação Especial, os estágios são de quatro horas diárias ou 20 horas semanais;
– para Ensino Superior, Médio ou Educação Profissional, são seis horas diárias e 30 semanais.

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