Redução da Selic pouco impacta para a população

Apesar do acompanhamento da redução pelos bancos, as taxas das instituições seguem altas para a população

A taxa Selic, dos juros básicos da economia, baixou em um ponto percentual, chegando a 9,25% ao ano. Após o anúncio da queda, os bancos Bradesco, Santander, Itaú e Banco do Brasil também comunicaram corte em suas taxas de linhas de crédito para o consumidor. As reduções, no entanto, fazem pouca diferença ao cidadão comum.

Doutor em economia, Silvio Arend explica a pouca influência da Selic
foto: Acervo pessoal

O ajuste na Selic é promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. É a primeira vez, desde 2013, que os juros básicos ficam abaixo dos 10%. O doutor em Economia Silvio Cezar Arend, alerta, no entanto, para a quase nula influência que os juros básicos têm no dia-a-dia da população. “Há uma distância muito grande entre a Selic e os bancos. A gente tem aí os juros básicos da economia em 9,25% ao ano, enquanto, num cheque especial, dá quase isso de juros ao mês. Essa margem com que os bancos trabalham é muito alta e o corte da Selic acaba que não tem nenhum efeito sobre o que vamos pagar num financiamento, por exemplo.”

Silvio vê na resposta dos bancos, ao acompanharem a redução, um certo alívio para quem paga juros. No entanto, perto do tamanho das taxas aplicadas pelas instituições, o impacto tem pouco significado. “Há pouca concorrência no setor bancário brasileiro, então eles vão fechando essas taxas, utilizando outros critérios além da Selic”, alerta.

A Selic é usada, principalmente, no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária. Ela serve como parâmetro para todos os outros juros utilizados no mercado e tende a ser a menor taxa existente na economia. Mexer na Selic é uma ferramenta direta do governo para o controle de preços, da circulação de dinheiro e para o cumprimento da meta da inflação. Como, para essa meta atual, as estimativas estão alinhadas, sem grandes alterações, as taxas são reduzidas. A expectativa dos economistas é de que o percentual continue a recuar nos próximos meses e chegue a 8% no final do ano.

Rendimento da POUPANÇA
Existe uma regra, em cima da taxa da Selic, que estabelece o percentual do rendimento da caderneta de poupança. Quando a Selic está maior do que 8,5% ao ano, como ainda é o caso, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, acrescido da Taxa Referencial, que é variante. Quando a Selic estiver abaixo de 8,5%, como se estima para o final de 2017, a poupança acaba rendendo 70% da taxa Selic vigente, também somada a Taxa Referencial.

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