Pesquisa do Dieese mostra ainda que o salário mínimo deveria ser R$ 3.658,39
O preço dos produtos pesquisados, no mês de setembro, caiu em 10 das 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As reduções mais expressivas foram registradas em Goiânia (-2,31%), Recife (-2,17%) e João Pessoa (-1,94%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 435,47), seguida pela de São Paulo (R$ 432,83) e Porto Alegre (R$ 423,01).
Considerando o valor mais alto da cesta básica, registrado em Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo deveria ser de R$ 3.658,39, ou seja, 3,83 vezes o valor do mínimo nacional, que é de R$ 954,00. O cálculo leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O Dieese faz essa estimativa mensalmente. Em setembro do ano passado, o mínimo necessário era equivalente a R$ 3.668,55, o equivalente a 3,92 vezes o mínimo nacional daquele ano, correspondente a R$ 937,00. O cálculo confirma o quanto o valor do salário mínimo está distante da sua função constitucional.
Na comparação do custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, o Dieese apurou que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 42,29% do salário mínimo líquido. O índice é quase o mesmo apurado no mesmo período do ano passado, quando era de 42,75%.
O comportamento de alguns preços
O preço da batata caiu em quase todas as cidades. Em Porto Alegre a queda chegou a 17,08%;
O valor do quilo do tomate teve redução em 12 cidades, as variações foram de -12,80%, em Recife, a -1,96%, em Curitiba, mas houve aumento em Salvador (1,23%), Brasília (4,64%), Rio de Janeiro (5,92%) e Porto Alegre (10,50%);
Houve queda nos valores do leite integral em 12 capitais, com variações entre -9,09%, em Porto Alegre, e -0,23%, em Natal.
A farinha de trigo, pesquisada na região Centro-Sul do país, mostrou alta em quase todas as capitais, menos em Curitiba (-2,26%). As elevações oscilaram entre 1,32%, em Porto Alegre, e 10,40%, em Vitória