No geral, impulsionada pelos demais setores, geração de empregos fechou no positivo
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia dão dimensão ao impacto que trouxeram as semanas em bandeira preta ao comércio local. Enquanto levantamento do Núcleo do Comércio da ACI dava conta de dez lojas fechadas em Montenegro no período, os números oficiais mostram que o setor extinguiu 56 postos de trabalho em março. Foram 211 trabalhadores demitidos contra 155 contratados.
As demissões ocorreram enquanto empresas consideradas não essenciais não tinham liberdade para receber clientes; e “socorros” governamentais não chegavam. O programa que permitia a suspensão dos contratos de trabalho para evitar demissões, por exemplo, só foi retomado nesta semana após meses de expectativa desde o início do ano.
É um novo baque. O Caged mostra que o comércio montenegrino vinha se recuperando após amargar 143 postos de trabalho formal extintos entre abril e maio de 2020 – então, os meses mais críticos do fechamento de empresas. A recuperação atingiu o pico entre outubro e novembro, com 237 postos criados pelo setor, e teve leve redução em dezembro, mês em que, tradicionalmente, ocorrem mais demissões.
Em janeiro de 2021, o comércio foi, mais uma vez, ao saldo negativo. Mostra o cadastro que, num período que é de férias e redução de movimento, o resultado negativo foi impulsionado por demissões no ramo de autopeças. O saldo foi positivo em fevereiro para chegar ao resultado negativo, em março. As demissões, no terceiro mês do ano, são registradas em setores variados, do vestuário e, inclusive, do ramo de alimentação que, apesar da bandeira preta, teve autorização para funcionar. Veja no gráfico:
No geral, índice é positivo. Veja os destaques:
Setor mais afetado pelas restrições da bandeira preta, o comércio foi o único com índice negativo no que tange à geração de novos empregos formais em Montenegro. No geral, olhando para todos os setores, as empresas instaladas no município abriram 86 novas oportunidades em março: foram 801 admissões contra 715 demissões.
– A indústria, setor que mais emprega por aqui, é a que puxa o indicador pro positivo, tendo aberto 85 novos postos de trabalho com destaque ao ramo de aves, dominado pela JBS, e ao de armas, dominado pela CBC. Empresas do segmento plástico também geraram bom volume de empregos no período.
– Em proporções parecidas, agropecuária, especialmente com a criação de aves, abriu 21 postos.
– A prestação de serviços abriu 19. Esta, ainda que tenha sido impactada negativamente por demissões em restaurantes e também na área de treinamentos, conseguiu recuperação no reforço aos atendimentos em saúde e, especialmente, na área de transporte de cargas.
– O setor de construção civil também ficou positivo, com 17 postos abertos. Ainda que com demissões no ramo de instalações elétricas e hidráulicas, foi impactado por contratações no ramo de rodovias.
- No fechamento do primeiro trimestre de 2021, Montenegro segue com saldo positivo, de 413 postos de trabalho formais criados nos setores, em geral. Em janeiro, o melhor desempenho foi o da Indústria. Em fevereiro, o da Construção Civil. Na análise do ano passado pra cá, porém, o Caged mostra que as empresas montenegrinas vêm aumentando seus índices de demissões; enquanto o de contratações está caindo. No gráfico a seguir, com todos os setores, linha vermelha acima da azul são saldo de postos extintos; e linha azul acima da vermelha, postos abertos.