Montenegro cria mais vagas de trabalho neste ano

Caged revela que as contratações superam as demissões, tanto em setembro como no acumulado em 2017

O balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostra aumento de vagas em Montenegro. No acumulado de janeiro a setembro de 2017, as contratações superaram as demissões com 213 novos postos de trabalho. No mesmo período do ano passado, o resultado também foi positivo, porém, em números menores, ficando em apenas 24 novas vagas.

O cenário verificado em Montenegro é melhor que o do Rio Grande do Sul, que encerrou o terceiro trimestre do ano com menos 1.735 vagas de trabalho. No acumulado do ano no país, no entanto, o saldo é positivo e chega a 208.874 empregos. Na avaliação por atividade econômica, o setor de serviços se destaca em Montenegro com o maior saldo positivo, chegando a 151 novas vagas, mais da metade do total gerado nesse período. No outro extremo, o maior saldo negativo foi o do comércio, com 27 demissões a mais que as contratações.

O economista Rogério Cauduro observa que a oscilação no mercado de trabalho em Montenegro segue uma tendência nacional de lenta recuperação. Ele acrescenta que o cenário vinha em queda, passou por um período de estagnação e, aos poucos, começa a se recuperar. O Caged é formado pelos empregos formais, aquele registrado em Carteira de Trabalho, mas o economista identifica influência da informalidade nessa oscilação.
Cauduro explica que, num primeiro momento, o trabalhador desempregado busca oportunidades na informalidade, pois precisa de uma renda para se manter. “E assim, aquela pessoa que até então não tinha renda volta a consumir”, acrescenta.

Consumindo, o cidadão que está na informalidade acaba também contribuindo com o emprego formal. O economista observa, no entanto, que o comércio é o último a sentir esse retorno, sentido primeiro pela indústria. Cauduro lembra ainda que o comércio virtual tem conquistado mais espaço, o que acaba influenciando negativamente na geração de trabalho nas lojas com endereço fixo. “Isso tira um pouco das vagas do comércio (físico)”, frisa.
Ele pondera ainda que o cenário favorável verificado no momento seja influenciado também pela liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Cauduro acrescenta que algumas categorias já começaram a receber uma parcela do 13º salário, o que deve influenciar na economia. “Imagino que até o final do ano deve melhorar, a expectativa é que se consiga chegar a uma estabilidade geral, mas devagar”, resume. Ele pondera, no entanto, que o próximo ano é de eleições, o que pode afetar a economia do Estado e do País. “Há uma incógnita muito grande”, resume.

Cauduro avalia ainda que o saldo negativo no Rio Grande do Sul é influenciado pelos atrasos nos salários de servidores estaduais, que há meses estão recebendo de forma parcelada, condição que reflete no consumo de produtos e serviços. Ele observa que, em longo prazo, a retomada da economia gera aumento na arrecadação de impostos e, portanto, nos recursos do governo.

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