Excesso de feriados prejudica a indústria, afirma Müller

Ao divulgar nesta terça-feira a Sondagem Industrial de abril, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, disse que a produção industrial no mês passado teve forte retração, entre outros fatores, pelo excesso de dias parados. “Além do menor número de dias influenciar negativamente na produção, há a demanda interna insuficiente e a alta carga tributária que dificultam a retomada na atividade”, complementa o montenegrino.
O estudo da entidade mostrou que houve “queda drástica” na produção industrial (40,4 pontos) e “leve” no emprego (48,3), na comparação com março (57 e 49,5 pontos, respectivamente). Realizado entre 2 e 12 de maio — portanto antes da crise política provocada pela delação da empresa JBS – o levantamento diagnosticou também que a indústria gaúcha começa o segundo trimestre mais ocioso no Rio Grande do Sul. O grau médio da Utilização da Capacidade Instalada (UCI) retrocedeu de março para abril: encolheu de 68% para 64%, ainda mais abaixo da média histórica para o mês, que é de 70,7%.
Outro parâmetro que indica um momento menos favorável para a indústria gaúcha é o dos estoques de produtos finais, que cresceu em abril em relação a março, permanecendo acima do nível planejado pelas empresas pelo quarto mês consecutivo. O índice de evolução ficou em 52,8 pontos e o de estoques que considera o volume planejado, em 52,7 pontos.
A Sondagem Industrial da Fiergs revelou também que as expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses foram revisadas para baixo a partir de maio. Mesmo assim, a demanda (55,4 pontos), as compras de matérias-primas (53,6) e as exportações (55,3) permanecem com projeção de crescimento, o que ocorre quando os indicadores são acima dos 50 pontos. Situação diferente marca o indicador de números de empregados, que revelou queda, alcançando 48,9 pontos.

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