Embalagens de carvão vegetal agora informam ser de florestas plantadas

EMPRESAS locais estão se adequando a nova norma da Seapi

As embalagens de carvão vegetal no Rio Grande do Sul passarão a exibir uma importante informação: a expressão “Carvão vegetal de florestas plantadas”. Essa mudança, estabelecida pela Instrução Normativa 19/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), visa promover a transparência e a conscientização do consumidor sobre a origem do produto.

A norma foi aprovada em conjunto com representantes do setor produtivo na Câmara Setorial de Florestas Plantadas e entra em vigor após um período de adequação de dois anos. Durante esse tempo, as embalagens já existentes poderão ser utilizadas. Além da nova frase, os rótulos devem incluir o número de registro no Cadastro Florestal do estado, além dos CNPJs da empresa que embala e da que produz as embalagens. As empresas têm a opção de adicionar informações sobre a espécie florestal de origem do carvão.

Fabrício Azolin, chefe da Divisão de Florestas Plantadas da Seapi, destaca a importância da medida. “Essa informação traz mais compreensão ao consumidor, que muitas vezes não sabe que o carvão vegetal é originário de florestas plantadas, mesmo que a embalagem mencione a acácia-negra, por exemplo”, pontua.

Wiliam Biolo, proprietário do Carvão Brazah

Adequação rápida no setor
Os produtores locais já estão se adaptando à nova normativa. Wiliam Biolo, proprietário da Carvão Brazah, de Pareci Novo, conta que a notificação sobre a mudança chegou em 20 de agosto, e desde então a empresa já começou a produzir novas embalagens com a expressão exigida. “Conseguimos adaptar tudo rapidamente. No dia 20 de setembro, já estávamos prontos com o novo lote”, afirma.

Ele acredita que a inclusão dessa informação é um avanço significativo para o setor. “Isso traz mais clareza ao consumidor, que agora sabe que está comprando um produto sustentável, proveniente de áreas que são replantadas”. Biolo explicou que a produção do carvão na região é baseada em um ciclo de cultivo: após o corte da madeira, a área é replantada, garantindo a sustentabilidade do processo.

Empresa Kifogo, de Brochier, também já implementou a nova expressão em suas embalagens. CRÉDITO: divulgação

Valmor Griebeler, que opera as marcas Brochier e Kifogo, em Brochier, também já implementou a nova expressão em suas embalagens. Ele observa que a mudança não apenas atende à normativa, mas também reforça a qualidade do carvão produzido na região. “O carvão tem uma qualidade diferenciada. E mais importante, é um produto que respeita as leis ambientais”, enfatiza.

O controle da Secretaria da Agricultura no estado é um ponto positivo para o consumidor, que pode confiar na origem do produto e na legalidade da sua produção. “Aqui no Rio Grande do Sul, temos um sistema de fiscalização que garante que estamos comercializando carvão de florestas plantadas, evitando a extração de madeira de áreas desmatadas ilegalmente”, conclui Biolo.

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