ALÉM do valor em alta nas refinarias, outros fatores influenciam
O preço médio cobrado pela gasolina nos postos de Montenegro já chega a R$ 5,64. A disparada de preços é resultado dos sucessivos reajustes no valor de saída do produto das refinarias, na primeira etapa da cadeia até a chegada ao consumidor. Desde a última terça-feira, 9, está valendo o sexto aumento seguido deste ano imposto pela Petrobras. Houve altas anteriores em 18 de janeiro, 26 de janeiro, 8 de fevereiro e 1º de março.
A estatal explica que reajusta o preço para buscar se alinhar ao mercado internacional. A cotação do petróleo está em alta, não só por aqui, porque o real está bastante desvalorizado em relação ao dólar, mas porque, a nível mundial, diferentes fatores estão pressionando o preço. Dentre os principais deles, estão tensões políticas no Oriente Médio, onde ficam grandes reservas do commodity; e também o avanço da vacinação contra a Covid-19 em grandes centros urbanos, que estão indicando um aumento da demanda por as pessoas já voltarem a realizar seus deslocamentos a pleno.
Mas cabe ao consumidor entender que não é só o valor das refinarias que interfere no preço final que é cobrado pela gasolina que sai nas bombas – e essa é uma tecla que a Petrobras bate muito quando é apontada como a única culpada pelo preço exorbitante. Somados, o percentual dos tributos é o que mais pesa na precificação. E também tem a adição do etanol e os custos de distribuição e revenda, que variam.
Entenda o que você está pagando
A gasolina vendida aos motoristas é a gasolina “C”, uma mistura de gasolina “A” com etanol anidro. A “A” é a produzida nas refinarias, que é pura e é o que vem encarecendo. Ela é vendida às distribuidoras, que também compram o etanol das usinas produtoras (a própria Petrobras possui participação em algumas dessas usinas) e fazem a mistura. A proporção é determinada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA), podendo variar entre 18% e 27%. O custo da adição representa cerca de 16% do custo final do produto vendido nos postos.
Entram no preço final os tributos. Do âmbito federal, estava a Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – que hoje está zerada. Para além dela, há um percentual de 13% do PIS e do COFINS. Ambas contribuição são pagas e relacionadas ao custeio de despesas da seguridade social. É do fundo coberto pelo pagamento do PIS que saem, por exemplo, o seguro desemprego e o abono salarial. Do COFINS, por sua vez, saem os benefícios pagos em auxílios de saúde e assistência social.
Parcela importante, de média de 27%, está o ICMS, que é de parte do Estado. É o imposto cobrado pela circulação de mercadorias e, como tal, entra no caixa livre, repartido entre governo estadual e prefeituras para o custeio das máquinas públicas. Ele é calculado em um preço médio ponderado de pauta cobrado do consumidor; que é atualizado quinzenalmente. Tramita, hoje, no Congresso, um projeto para mudar a forma desse cálculo, recolhendo, então, sobre um valor fixo já nas refinarias.
Uma última parcela equivalente a 9% do preço está no custo de distribuição e revenda. Entram aí gastos das distribuidoras e dos postos de combustíveis com transporte, funcionários, luz, água, telefone; dentre outros. Além deles, também uma parcela de lucro para a operação.
Dicas pra poupar o combustível
- Respeite a troca de marchas, mantendo a rotação correta;
- Deixe a manutenção em dia para evitar que o motor consuma mais combustível do que é necessário;
- Preste atenção ao uso do ar condicionado, que é operado pelo motor. Carros com menor cilindrada gastam mais com o ar ligado, especialmente nas áreas urbanas. Atenção, porém, ao tráfego nas estradas, com velocidades mais altas. Nesses casos, vale mais a pena fechar os vidros e ficar no ar condicionado porque as janelas fechadas fazem com que o carro vença a barreira do vento com mais facilidade e gaste menos combustível;
- Não acelere com o carro desengatado. Como a grande maioria dos veículos tem os propulsores com injeção eletrônica, aquecer o motor antes de sair virou prática desnesessária;
- Evite levar muito peso;
- Verifique as condições de pressão dos pneus, que influenciam no rendimento do veículo;
- Mantenha alinhamento e balanceamento em dia;
- Evite acelerar e frear bruscamente;
- No trânsito, mantenha uma velocidade constante quando possível. O pára e arranca aumenta o consumo.