A crença de que gentileza gera gentileza, inclusive no trânsito, pode tornar as ruas da cidade bem menos perigosas
Um sinal de luz daqui. Um segundo a mais de espera para deixar o outro passar dali, e assim vão sendo construídas as relações no trânsito. Uma coisa é certa: gentileza gera gentileza. Seja no trabalho, na vida, a pé ou sobre rodas.
Enquanto pedestre, o mínimo que se espera é o respeito do condutor. Atravessar a rua sobre uma faixa de segurança, muitas vezes, é uma tarefa árdua. Por outro lado, a delicadeza de aguardar o outro, sem precipitar o veículo sobre o passante, ocorre muito mais do que se possa imaginar. O pedestre, quando vira condutor, também se sente motivado a então retribuir a cortesia, porém com outras pessoas.
É fato que a aquisição de veículos cresceu muito nos últimos anos, que a vida anda atribulada, os salários defasados e os produtos inflacionados. E todas essas problemáticas cotidianas, que afetam diretamente os comportamentos, acabam consequentemente, por incidir também no trânsito.
Porém, além da prudência a responsabilidade, a calma e paciência devem ser importantes aliadas dos motoristas, além do respeito ao Código Nacional de Trânsito. Monique Almeida, 25 anos, estudante, afirma que aquela atitude de ceder a vez para o outro, certamente a motiva a fazer o mesmo em situações distintas. “A correria do dia a dia deixa as pessoas intolerantes”, destaca.
Ela explica que sempre que é possível, até mesmo pelo fluxo do trânsito, para e espera. “E percebo a reação de outros condutores, buzinando e gritando”, lamenta. Além de trafegar de carro pela cidade, a estudante utiliza a bicicleta, atualmente, quase todos os dias, por lazer.
A personalidade reflete no comportamento
Magda Maria Ferreira, 51 anos, usa a bicicleta diariamente para se locomover e acredita que, apesar de um ato bom influenciar outros, como uma corrente, a essência das pessoas também conta muito nessas horas. A personalidade que cada um carrega dentro de si tem seu peso.
A bicicleta é seu principal meio de locomoção para lazer, nas horas vagas, e para o trabalho. “Certamente é bom quando alguém te faz uma gentileza. Eu normalmente espero as pessoas passarem, reduzo a velocidade. Faço a minha parte e também tento ser cortês. Insistir em campanhas como essas, de com comportamento no trânsito, vai mudando atitudes. As pessoas vão despertando”, constata.
De domingo a domingo, Magda costuma transitar com sua “magrela” pelas ruas de Montenegro. E, com propriedade, afirma que os ciclistas nem sempre são respeitados, porém muitos são imprudentes. “Deve haver uma conscientização, cada um tem que fazer a sua parte”, conclui.
Não esqueça de agradecer pela ajuda
O estudante Gabriel Dutra, de 18 anos, acredita que cordialidade não necessariamente gera mais cordialidade. Segundo ele, hoje, são raras as pessoas que param para um pedestre. “Então, quando um condutor tem essa atitude, poderiam agradecer, o que também é uma forma de gentileza. Um simples sinal de ‘certinho’ faz toda a diferença”, defende.
Taís Mello, estudante, destaca que, infelizmente, ao trafegar pelas ruas montenegrinas, presencia muita falta de respeito e intolerância no trânsito. Tanto como pedestre quanto como condutora. “Felizmente não parte de todos os motoristas, ainda existe educação em muitos. Minha atitude como pedestre, nessas situações, é agradecer com um sinal de ‘positivo’ com a cabeça ou mesmo com a mão. Essa pessoa fez a sua parte no trânsito, e a minha passa a ser um agradecimento. Gentileza gera gentileza”, enfatiza.
Se está de carro, Taís espera as travessias, quando a faixa de segurança também é respeitada. Ser educado como pedestre também ajuda a criar um ambiente menos hostil nas ruas.
“Aguardo quando o sinal abriu para pedestres e ele está atravessando. Coloco-me no lugar dele porque, afinal, quando queremos respeito, primeiro temos que mostrar o nosso. Mas vejo que a pressa, hoje, tem mais importância do que o respeito ao próximo”, diz Taís, defendendo maior solidariedade.