Entenda o funcionamento do aparelho e veja dicas de como economizar na hora da manutenção
O uso de ar-condicionado no Inverno tem se tornado cada vez mais comum na atualidade. Antigamente, os ares se restringiam à um modo: resfriamento do ambiente, sendo popular no Verão. Hoje em dia, temos ares com modo duplo: resfriamento e aquecimento, sendo usado também na estação mais gelada do ano.
O aparelho pode ser um bom aliado para enfrentar as baixas temperaturas, mas, para isso, é preciso estar atento a alguns fatores. Assim, os benefícios não se perdem em prejuízo financeiro e de bem-estar. Temperatura ideal, como economizar usando o aparelho, infiltrações no ar do ambiente e o mais importante: a manutenção – que por ter tamanha relevância se tornou Lei Federal voltada aos estabelecimentos públicos. O engenheiro mecânico Paulo da Silva Filho auxilia nessas questões e explica um pouco melhor sobre cada uma delas.
A temperatura ideal do ar condicionado no Inverno recomendada por Paulo é entre os 20ºC e 23ºC, pois não é tão alta e evita o choque térmico. Ele lembra que o fato de colocar o aparelho nos 30ºC não fará o ambiente aquecer mais rápido, isso apenas fará gastar mais energia. “O ar-condicionado foi feito para buscar a temperatura confortável do ambiente”, reitera.
Paulo destaca que usar a temperatura entre 20ºC e 23ºC é uma ótima forma de economizar luz. Dessa maneira, o ambiente a ser aquecido consegue atingir a temperatura desejada e o ar se desligará automaticamente mais vezes durante o uso. “Em alguns modelos, reduzirá a rotação, podendo chegar a uma economia de até 50% na conta de luz”, afirma. Se a temperatura usada for a máxima do controle remoto, a probabilidade é de o ambiente demorar muito a chegar na temperatura configurada, fazendo com que o aparelho trabalhe continuamente em carga máxima.
Outro ponto importante é o fato de que a temperatura próxima dos 30ºC é o mesmo que no Verão usar o aparelho em 17ºC. O compressor vai funcionar mais, o aparelho não vai desligar e a umidade externa estará esfriando, aí acaba por congelar. Isso aciona, em alguns casos, o sistema de degelo, fazendo o equipamento parar e o ambiente receberá então, apenas ventilação. “O equipamento é projetado para uma situação ideal e aqui no Sul existem dias muito críticos em relação ao frio”, pontua.
Paulo acaba com as dúvidas de que o modo aquecer dos ares condicionados gastam mais energia do que os de resfriar: Mito! Um aparelho de ar-condicionado de ciclo normal tem um sistema de refrigeração composto por quatro peças fundamentais: um compressor, um dispositivo de expansão, um evaporador e um condensador. A grande diferença entre os dois sistemas é que no ar que tem modo aquecer, a válvula é capaz de fazer o movimento contrário. Esse adicional, não será de grande relevância.
Os aparelhos que possuem a função quente e fria são mais caros do que os que apenas têm a opção de resfriamento. O melhor momento para realizar a compra é no Inverno, pois a demanda baixa tende a reduzir o preço. “É vantagem ter um equipamento desses. Ele é capaz de trazer conforto térmico do ambiente durante todo o ano”, salienta o engenheiro.
Mas cuidado! As infiltrações de ar no ambiente podem interferir na capacidade do aparelho trabalhar, pois exigirá do compressor maior tempo em funcionamento para adicionar calor no ambiente que as infiltrações terão absorvido. Os principais cuidados a serem tomados quanto a esse problema é manter portas e janelas fechadas.
Para saber se o aparelho tem capacidade ideal de acordo com o tamanho do ambiente, é necessário realizar o cálculo de carga térmica. Assim, se devem levar em consideração algumas variáveis como número de pessoas, número de watts dos equipamentos, iluminação, número de janelas e portas e também a posição do sol no cômodo, além do tipo de parede e telhado.
Plano de Manutenção, Operação e Controle
Em ambientes coletivos e públicos como os shoppings, a manutenção é tão necessária e séria que se tornou lei. Esses locais devem ser fiscalizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ausência do Plano de Manutenção, Operação e Controle, o PMOC, configura infração sanitária sujeita as penalidades previstas na Lei nº 6.437 e os valores da infração podem variar de R$ 2.000,00 a R$ 200.000,00.
O PMOC serve para garantir que o projeto e a instalação do sistema de climatização estejam adequados e que sua manutenção seja eficaz. “É útil também para encontrar, corrigir e eliminar problemas de qualidade no ar. A norma visa eliminar, ou ao menos minimizar, os riscos potenciais à saúde da população”, explica Paulo. Porém, sua importância fundamental na qual a lei foi baseada é proteger os ocupantes do estabelecimento, minimizando ou até mesmo eliminando potenciais problemas de saúde.
O Plano de Manutenção não só garante um ambiente livre de contaminação, evitando transmissão de algumas doenças relacionadas à má qualidade do ar, mas também faz com que a vida útil dos equipamentos aumente. “Por sua vez, equipamentos em melhores condições, cuja manutenção é feita preventiva e regularmente, dão menos problema e consomem menos energia, resultando em economia”, pontua Paulo.
Seja em locais públicos ou não, caso a manutenção não esteja em dia, o conforto térmico pode se tornar um problema sério na saúde, causando danos como conjuntivite, bronquite, rinite e outras doenças alérgicas e respiratórias. Além disso, gera menor vida útil dos componentes da máquina, consequentemente, mais custo. Em área domiciliar, Paulo recomenda que a manutenção seja realizada uma vez por semestre, dependendo de tempo de uso nesse período pode ser necessário duas.