Transplantes: palestra detalha a doação de órgãos

Evento ocorreu durante a Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sipat) dos funcionários da Fundarte

Os funcionários da Fundarte participaram, na tarde de quinta-feira, no Teatro Therezinha Petry Cardona, de uma palestra com membros do projeto Cultura Doadora, de Montenegro. Dados e informações relevantes sobre a doação de órgãos foram apresentados pela médica nefrologista do Hospital Montenegro, Tatiana Michelon, e pelo enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos do Hospital São Lucas, Dagoberto Rocha.

Durante a Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sipat) da Fundarte, a abordagem esteve focada em esclarecer quais os procedimentos de detecção da morte encefálica e quais os trâmites de captação e transplante dos órgãos doados. Dagoberto afirmou que é extremamente necessária a conversa em família sobre a doação. “O assunto deve ser livremente discutido entre as pessoas, pois o momento da morte de cada um é incerto”, destaca.

Segundo o enfermeiro, doar se resume em dois objetivos: melhorar a qualidade de vida dos receptores ou salvar vidas. Pessoas vivas também podem doar alguns órgãos, mas os receptores destes só poderão ser familiares até quarto grau. Dagoberto também revelou que o processo de captação pode demorar algumas horas, pois um grande e minucioso processo ocorre após a confirmação da morte encefálica e o aceite da família.

“É feita uma análise de quais órgãos podem ser doados, após a decisão da família”, diz o enfermeiro. No momento da cirurgia que coleta os órgãos, as equipes médicas já sabem quais serão captados. Outro destaque é para a lista de espera dos receptores em que os pacientes prioritários são os que possuem maior gravidade no quadro clínico e os que têm mais compatibilidade com o órgão disponível.

Assessora de eventos da Fundarte, Laura Wolff diz que as informações contribuíram para esclarecer a verdade e mentiras sobre o assunto. “Acho que os mitos fazem com que as pessoas se oponham a doar. Tanto a pessoa em vida quanto os familiares, depois da morte”, afirma.

Número de doações anima equipe do HM
Médica Nefrologista do Hospital Montenegro, Tatiana Michelon aproveitou a palestra para apresentar os números de doações e mortes encefálicas no HM nos últimos três anos. Desde 2017, a instituição realiza o atendimento a pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC).

Conforme Tatiana, 30% das 100 pessoas que realizam o tratamento de hemodiálise no HM estão inscritas na lista de espera para transplante de órgãos. Outros números são referentes à morte encefálica, que em 2016 foi constada em quatro pessoas; em 2017, em sete; e, de janeiro até julho de 2018, diagnosticada em oito pacientes.

Até o mês passado, cinco pessoas doaram. Destas, 17 órgãos foram captados e 16 pessoas foram contempladas nos transplantes. Tatiana também destacou que a taxa de negativa familiar para a doação vem caindo bastante em Montenegro.

Conforme os dados apresentados pela profissional, nos dois últimos anos 100% negavam a doação. “O nosso trabalho é de esclarecer o quanto o procedimento é sério e importante para todos”, aponta a médica. Neste ano, até julho, foram registrados 38% de negações à doação.

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