A partir da próxima segunda-feira, 6, funcionários de Montenegro e Estância Velha da Viação Montenegro S/A (Vimsa) e da Silas estarão em greve. A decisão foi tomada em assembleia sindical realizada na noite da última quarta-feira, 1º, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas, Material Elétrico e Eletrônico de Montenegro. Por unanimidade, os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste do ticket alimentação feita pela empresa, o que significa que e a partir da meia noite de domingo os ônibus não irão circular.
Na proposta da Vimsa, apresentada pelos representantes sindicais aos funcionários, a empresa não concedeu reajuste ou reposição salarial, mas um aumento do ticket alimentação, a título emergencial, de R$ 16 para R$ 18, a partir do dia seis de dezembro, quando também entra em vigor a nova tarifa do transporte público em Montenegro, com um reajuste de 22%. Também está na proposta da empresa um aumento de R$ 18 para R$ 24 no ticket, condicionado ao aporte que o governo do Estado poderá fazer para a empresa através da Metroplan.
Os trabalhadores refutaram a propostas da empresa e questionaram o fato de não cobrir nem o que ganhavam antes de outubro de 2020, quando através de um acordo sindical foi reduzido o valor do ticket alimentação de R$ 24 para R$ 16. Pelo acordo essa redução deveria permanecer até janeiro de 2021, mas desde então não voltou a ser pago na sua integralidade. “Eles nos devem R$ 24 e querem pagar R$ 18, então vão continuar nos devendo R$6, isso não existe”, questionou um dos trabalhadores presentes na assembleia.
O representante sindical Moacir Roque de Oliveira destacou que se os trabalhadores não aceitassem a proposta da empresa, a única alternativa seria a greve, o que veio a se confirmar posteriormente em votação. “Ou nós aceitamos, ou paramos, não temos o que fazer. Aquilo que a empresa nos apresentou eu não considero uma proposta, eu considero uma afronta para a categoria”, declarou.
Ainda na próxima segunda, às 11h, uma audiência está marcada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre, para buscar uma mediação com a empresa. Se não houver novamente acordo, a justiça deve definir um percentual mínimo de ônibus para circulação durante a greve, isso porque o transporte público é considerado um serviço essencial.