Roda de conversa celebra memórias ferroviárias

Primavera dos Museus reuniu alunos na Estação da Cultura

Como parte da programação da Primavera dos Museus, Montenegro recebeu uma roda de conversa que reuniu descendentes de ferroviários e alunos da EEEF Cel Álvaro de Moraes na tarde desta sexta-feira, 27. O encontro, que ocorreu na Estação a Cultura, foi mediado pela museóloga e pesquisadora Alice Benvenutti, diretora do Museu do Trem de São Leopoldo.

Alice explicou que a Primavera dos Museus é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus, que promove atividades em todo o país durante uma semana, permitindo que diversos museus apresentem propostas culturais.
“Esse evento é um convite para que os museus se conectem com a comunidade, trazendo à tona histórias e memórias locais”, afirmou.

A ação em Montenegro foi organizada por meio de um edital da Lei Paulo Gustavo, em parceria com a Ânima Comunicação e Cultura. O projeto teve como inspiração as rodas de memória do Museu do Trem de São Leopoldo, que buscam resgatar narrativas pessoais de ferroviários e seus descendentes. “Nosso objetivo é ouvir as histórias de vida e valorizar a importância da ferrovia na formação da cidade”, destacou Alice.

Durante a roda de conversa, os alunos puderam ouvir relatos de pessoas ligadas à comunidade ferroviária. A participação dos convidados possibilitou conectar a nova geração às raízes históricas da cidade. “A escola está aqui para escutar as histórias de pessoas que são filhos de ferroviários. Esse momento nós denominamos roda de conversa e de memória”, explicou a museóloga.

Além das narrativas orais, o projeto prevê a produção de podcasts, garantindo que as histórias sejam preservadas e divulgadas. “Estamos muito felizes em poder registrar e compartilhar essas experiências”, disse Alice, enfatizando a importância da pesquisa e da memória ferroviária. Ela já dedica mais de 15 anos a este tema, desenvolvendo projetos que destacam a relevância das ferrovias para o Rio Grande do Sul.

O Complexo da Estação da Cultura, que abriga elementos da história ferroviária, é um dos locais que se beneficia desse tipo de pesquisa. “A junção das histórias pessoais com os documentos preservados nos museus enriquece nossa compreensão sobre o passado e nos ajuda a construir uma identidade cultural mais forte”, concluiu Alice.

Getúlio e Solange, filhos de ferroviários, compartilharam as histórias de seus pais com os alunos

Memórias compartilhadas
Durante a roda de conversa da Primavera dos Museus em Montenegro, os alunos tiveram a oportunidade de ouvir as histórias de vida de Getúlio de Vargas e Solange Pereira, ambos descendentes de ferroviários.

Getúlio, que é filho do escriturário Arno de Vargas, compartilhou como seu pai dedicou sua vida ao trabalho na ferrovia, desempenhando funções que envolviam a organização das escalas e a logística dos trens.

Por sua vez, Solange falou sobre seu pai, Djalma de Souza, que foi guarda-freio e contribuiu significativamente para a história da Estação Ferroviária de Montenegro. “Ele vivenciou momentos marcantes, como a passagem de trens e a interação com os trabalhadores, que moldaram a comunidade local”, contou. Solange destacou a relevância de se preservar essas memórias, que são fundamentais para entender a identidade da cidade.

Ambos os convidados enfatizaram como suas histórias familiares são entrelaçadas com a evolução da ferrovia na região, ilustrando a importância dessa memória coletiva para as novas gerações. “Contar essas histórias é essencial para que os jovens valorizem o que a ferrovia representou para nós e para a cidade”, conclui Getúlio.

A mediação foi realizada pela museóloga e pesquisadora Alice Benvenutti

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