Problemas na rede de esgoto provocam rachadura em moradia

Descaso. Proprietária vem pedindo solução à Prefeitura, mas não tem retorno

Ter uma casa própria é o sonho de praticamente todo mundo. Dependendo de alguns fatores, porém, esse sonho corre risco de virar pesadelo. Dona Schirley Fagundes Funari, 73 anos, que reside no mesmo lugar há 50 anos, conta que problemas na rede de esgoto estão abrindo buracos no seu pátio e rachando as paredes do seu imóvel. O principal medo da aposentada é o desabamento da residência e de acidentes com crianças que a visitam.

Moradora na rua Dr. Paulino Coelho de Souza, bairro São Pedro, a idosa está vivendo um drama. Quando adquiriu o terreno onde ainda reside, há 50 anos, ele era praticamente um valão. “Eu comprei sem ver, ainda em São Paulo. Mas tudo bem, quando chegamos aqui aterramos, arrumamos e tava tudo certo”, conta. O problema surgiu quando a Administração Municipal da época decidiu passar por ali a rede de esgoto.

“Eu não queria que colocassem, mas praticamente fui obrigada a aceitar. Aí logo depois disso começaram a aparecer buracos, pois o solo começou a seder, abrindo erosões”, explica. No início, sempre que essas fissuras apareciam, a Prefeitura fazia a manutenção, porém Schirley afirma que tudo mudou. “No mesmo ano já pararam de ir. Mesmo eu chamando iam poucas vezes”, conta.

Há 15 anos, o muro de sua casa caiu. Ela diz que a movimentação no solo fez o terreno seder e a estrutura foi afetada. “Nessa época parei de pagar os impostos, porque ninguém me atendia”, diz. O muro foi reconstruído, mas problema não foi resolvido. Rachaduras em sua casa começaram a aparecer.

Então Schirley procurou a Prefeitura, que se negou a verificar a situação por conta dos débitos em aberto. “Passei cinco anos pagando tudo. Em fevereiro deste ano terminei. E agora que desculpa tem para não consertar?”, desabafa. A aposentada garante que desde o pagamento da última parcela da dívida está tentando conseguir o auxílio do poder público, mas nada é feito. “Ano passado um pessoal chegou a vir aqui, olhou a situação, disse que a casa estava em perigo, mas não voltou para consertar. Nenhuma uma resposta concreta me deram, só prometeram arrumar”, lembra.

Rose Mari se preocupa com segurança da mãe e teme a possibilidade de desabamento da casa

Filha teme pela segurança da mãe
Filha de dona Schirley, Rose Mari Funari Ribeiro, 54 anos, acompanha a situação que sua mãe enfrenta diariamente e teme pela sua segurança. “Ela tá dentro de casa, mas nem assim está segura. A gente nunca deseja isso, mas o perigo de desabar está cada vez mais evidente”, diz. Ela já chegou a morar no mesmo terreno em que a mãe e aponta que o estrago é evidente. No forno de assar pães na rua, na parede de casa e até mesmo no muro reconstruído há rachaduras. “Assim como acompanho ela nas consultas nos médicos, acompanho nessa correria, só que nunca se resolve. Ninguém consegue vir e dar uma solução. Estamos com medo porque a gente não sabe mais nem onde pode pisar direito”, desabafa.

Solução vai levar até 12 dias, diz Prefeitura
Procurada pelo Ibiá, a diretora municipal de Serviços Urbanos, Inês Laranjeira, informou que esse conserto já se encontra judicializado e o prazo de conclusão é de 120 dias a partir do último dia 2, ou seja, até 29 de novembro. Em relação ao questionamento sobre a rede passar por dentro da propriedade, Inês ressaltou que a Prefeitura proíbe a construção de edificações sobre rede de drenagem, porque obstáculos impedem os serviços de manutenção.

“Mesmo assim, por desconhecimento dos moradores e pela falta de fiscalização, centenas de casas se encontram de forma irregular, podendo acarretar vários transtornos e prejuízos ao erário e aos proprietários”, diz. No caso de Dona Schirley, ela afirma que se trata de uma rede pluvial antiga e que já se localizava no local citado antes da edificação construída.

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