Ao menos até quarta-feira, dia 23, os montenegrinos sentirão queda na pressão da água em suas torneiras, e a Corsan pede uso racional para que não falte para ninguém. Após dois meses de investigação, na madrugada deste domingo, 20, a equipe encontrou o local exato de um vazamento na adutora que sai da Estação de Tratamento de Água (ETA) da rótula da Antártica. Todavia, será necessário três dias para que o nível dos reservatórios seja restaurado plenamente, sendo que chegaram ao ponto crítico de secarem devido à fuga de água. Ao explicar esta situação, o engenheiro Marcelo Faro, coordenador operacional de Montenegro e região, afastou a especulação de que esteja ocorrendo racionamento.
Entre janeiro e fevereiro os montenegrinos percebiam queda na vazão em suas casas. Entre quinta-feira, 17, e este sábado, 19, o cenário se agravou, impossibilitando inclusive usar chuveiro, torneira elétrica ou mangueira, ao ponto de algumas comunidades ficarem totalmente sem água. Chamava atenção que a força retornava sempre por volta das 23 horas e meia-noite. Em publicação no Facebook do Jornal Ibiá, os relatos vieram dos “quatro cantos” da cidade, com informação de queda de pressão desde o Germano Henke, Estação, Grande Timbaúva, São Pedro, Senai, Santa Rita, Centro, São João, Rui Barbosa, Centenário, Santo Antônio, Panorama, até os afastados Porto dos Pereira e Alfama.
“Nos estávamos procurando o que estava criando este problema, e encontramos ontem, depois de três dias de buscas”, relata Faro. Na verdade, ele revela que desde dezembro este vazamento escondido intrigava os funcionários; ao ponto de, pela primeira vez, pedirem auxílio externo de dois especialistas em rastreamento de fuga d’água. Mas a trilha começou a ser traçada na última quinta-feira, quando dois pontos com água na superfície surgiram na rua Bento Gonçalves, nas esquinas com Olavo Bilac e com São João. A abertura do solo revelou que eram apenas pontos de extravaso, com o líquido correndo pela tubulação da telefonia. O rompimento foi encontrado neste domingo, no trecho final da rua Buarque de Macedo, há duas quadra da RSC-287.
Vazamento foi escondido por coluna da telefonia
A equipe da Corsan virou a noite entre sábado e domingo devido a complexidade do problema. Marcelo Faro explica que ali reencontraram o problema que sempre atormentou na Ramiro Barcelos, da colocação da galeria de concreto para passagem de cabos fibra ótica – de telefonia e de internet – em cima das antigas adutoras de 200 milímetros de diâmetro. Foi uma forma que as empresas da comunicação teriam encontrado para não precisar abrir novas valetas pela cidade.
“Aih a gente não encontra os vazamentos. A água entra nas galerias, e a gente termina encontrando a água na tubulação enterrada… saindo pelas bocas de telefonia”, explicou. Na operação desta madrugada não tiveram alternativa para alcançar a adutora, se não quebrar a coluna de concreto. Isso rompeu cabos de fibra ótica, deixando parte da cidade sem internet neste domingo. (veja vídeo em anexo)
“Hoje não é dia para encher piscina, por favor. Quem hoje está enchendo sua piscina ou desperdiçando, está deixando algumas pessoas sem água” – Engenheiro da Corsan Marcelo Faro
O engenheiro revelou indignação com essas situações, cuja culpa sempre recai sobre a Corsan. Ele lamentou os problemas causados aos moradores, o tempo investido na procura com intervenções que prejudicaram o asfalto em outros pontos, e ainda a água potável desperdiça desde a semana do Natal. “É extremante indignante, tu passar três dias correndo para achar o resultado, fruto de uma sacanagem”, desabafou, ao descrever a situação da galeria obstruindo o acesso à adutora.
Abaixo vídeo gravado pela equipe da Corsan no ponto de rompimento da adutora na rua Buarque de Macedo:
