Debate em aberto. Em reunião ontem, lideranças estudaram alternativas, que esbarram na falta de verbas públicas
A manhã de ontem, 15, foi produtiva no gabinete do prefeito Carlos Eduardo Müller, o Kadu. Agendada para as 11h, mas realizada com um pouco de atraso, a reunião para tratar da permanência do campus da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) em Montenegro trouxe muitas respostas às partes envolvidas. A principal questão debatida, que havia ficado pendente desde novembro passado, foi a do local para construção da sede da instituição: uma área que pertence ao Estado, ao lado do colégio AJ Renner, no cruzamento das ruas Simões Lopes Neto e Vereador João Vicente.
A notícia de que o terreno de 5.674m² não era de propriedade do Município, mas sim do Rio Grande do Sul, trouxe dúvidas e inquietação para quem luta pela permanência da Uergs na cidade.
É o caso dos jovens estudantes de Artes Visuais e Teatro, integrantes do Diretório Acadêmico da instituição, João Pedro Corrêa e Tiago Albalat Lipp, que acompanhavam atentos o desenrolar de mais um capítulo em torno da manutenção do campus montenegrino.
O deputado Tarcísio Zimmermann, a secretária de Educação Rita Carneiro Fleck, Ezequiel Souza, além de Priscila Mathias, vice-diretora executiva de Comunicação da Fundarte, Kadu e Edar Borges também participaram do encontro.
Rita afirmou que após a última reunião em novembro, a Secretaria de Educação entrou em contato com o arquiteto do município, setor de Patrimônio do Estado, para facilitar o processo relativo à área próxima ao Parque Centenário.
“Ao contatar a Secretaria Estadual de Educação, soube que, provavelmente, será solicitado um projeto e fontes de recurso pelo Estado para a concessão do espaço. Achamos que seria mais simples, como foi a cedência de uma parte, no mesmo local, para a construção da escola municipal”, explica Rita.
O prefeito Kadu salientou dois pontos fundamentais nesse caso: a falta de fonte de recursos, que não se tem, e o projeto, que em parceria com a iniciativa público/privada torna-se possível. “Mas requer tempo. Não é para amanhã. Uma outra opção é utilizar algum terreno que seja de posse do Município. Temos vários, mas de espaço menor, disponíveis”, destaca.
Zimmermann apontou uma saída. “Se a prefeitura assumir o protagonismo, pedindo transferência do terreno ao lado do AJ Renner para o Município e firmando convênio com a Uergs, ficaria mais fácil. Devemos manter o foco lá, naquele lugar. O problema principal que vejo nessa questão é que o governo estadual não tem interesse em investir na instituição”, complemente Tarcísio.
De acordo com Ezequiel, em ocasião passada, o diretor da Escola Estadual AJ Renner, Fernando Petry, ofereceu suas salas de aula ociosas para que os alunos pudessem estudar. “Mas os professores ainda estão entrando em um consenso sobre essa possibilidade”, informa.
Alternativa a curto prazo
Acompanhando a luta dos alunos e mobilização por uma universidade que traz inúmeros benefícios para Montenegro, a vice-diretora de Comunicação da Fundarte, Priscila Mathias, afirma que há um projeto para ampliação do prédio da Fundarte atualmente usado pela Uergs. “Porém, não há recursos. A reitora da Fundarte está atrás de emendas para viabilizar esse processo. E o projeto, que está pronto, prevê, inclusive, a construção de salas específicas, que podem ser utilizadas pela universidade. É uma possibilidade a curto prazo. Nós, mais do que ninguém, apoiamos essa luta.”
Uma próxima reunião ficou acordada entre os participantes para o próximo mês. O foco da pauta será nas duas alternativas mais viáveis, que é de solicitação do terreno para o Estado e proposta de ampliação da Fundarte.
“Hoje foi uma ocasião bem produtiva. Nos trouxe respostas, principalmente a correção de um equívoco que havia ficado pendente desde novembro. Estamos mais próximos de efetivamente conquistar o sonho de um polo educacional na cidade. É uma importante luta pela promoção da educação. A Uergs está em pleno crescimento e é de extrema importância municipal e cultural para a cidade”, conclui Ezequiel.
Relembre
— Atualmente, são pagos mais de R$ 45 mil mensais à Fundação Municipal de Artes (Fundarte) para que os cerca de 420 alunos dos cursos de licenciatura em Artes Visuais, Dança, Música e Teatro utilizem espaço e equipamentos. O principal desafio para a construção de uma sede é justamente a questão financeira.