Aos poucos, os coelhos estão ganhando espaço no dia a dia dos humanos e se tornando um bichinho de estimação. Essa tendência, somada ao período de Páscoa, no entanto, deixa os protetores de animais em alerta, pois sair do tradicional e dar um coelho vivo de presente requer muita reflexão. Ter um orelhudo desses em casa é bem diferente do que ter um cachorro ou um gato.
“Quando chega a época da Páscoa, eu fico muito preocupada porque infelizmente cresce o número de pessoas que compram coelhos para presentear as crianças nesta data”, afirma Liliane Porto, idealizadora do grupo Coelhos MGO. “Isso é um grande erro, primeiramente porque coelhos, ou qualquer outro animal, não são brinquedos”, acrescenta.
Ela salienta que a pessoa deve pesquisar muito antes de comprar, adotar ou presentear alguém com um coelho, pois se trata de um ser vivo que requer cuidados e atenção. “Os coelhos nasceram para servir de alimento para outros animais, por este motivo, instintivamente, eles são medrosos e assustados”, afirma. Liliane acrescenta que, para se defender, eles usam as unhas e os dentes e não são indicados para crianças.
Ela esclarece que eles precisam de atenção e paciência, além de local seguro de predadores e de acidentes, principalmente com fios elétricos e plantas venenosas, bem como de boa alimentação e atendimento veterinário especializado em animais silvestres. A compra por impulso, motivada pela época, preocupa seus defensores. “Os coelhos, em especial, depois de alguns meses morrem devido à negligência, são doados ou simplesmente ‘somem’”, afirma.
Para auxiliar as pessoas que pensam em ter um coelho como pet, Liliane idealizou o grupo Coelhos MGO. Através da rede social Facebook, os integrantes trocam informações, esclarecem dúvidas, postam fotos e, esporadicamente, promovem encontros. “Coelhos são animais maravilhosos, com o tempo atendem quando são chamados pelo nome, pedem carinho, fazem ‘festa’ quando querem brincar e, além de tudo, são super fofos”, resume Liliane.
Ela tem duas coelhas, ambas com três anos, mas com temperamentos diferentes. A Cassie é calma e dengosa, enquanto Alasca é brava e costuma se esconder. “Eu respeito e amo o jeitinho de cada uma delas. Em minha opinião, este é o segredo para se ter um coelho: respeito e dedicação”, analisa.
Saiba Mais
– Coelhos vivem entre oito e 10 anos, o que torna a adoção um compromisso de longo prazo. Eles exigem cuidados veterinários regulares, muitas vezes, de especialistas, o que gera custos.
– As costas de um coelho são muito frágeis e uma pequena queda pode lhe causar sérios ferimentos. Por isso, coelhos não são aconselhados para crianças menores de dez anos.
– Coelhos são roedores. Cabos e fios espalhados pela casa serão certamente alvo de seus dentes, podendo trazer prejuízos financeiros, além do risco de morte dos mesmos pela eletricidade.
– Coelhos não vivem bem isolados de outros coelhos ou em gaiolas. Tornam-se tristes e deprimidos. O ideal para uma família que resolva criar um é dar-lhe um companheiro e bastante espaço.
– A reprodução de um coelho é muito rápida. Sua puberdade ocorre a partir dos 120 dias de vida e sua gestação tem duração de apenas 28 dias. Em uma única ninhada, nascem de sete a 12 filhotes e a fêmea volta a entrar no cio 14 dias após o parto. Por isso, coelhos precisam ser castrados por veterinários com conhecimentos específicos de sua anatomia. Como todo animal, o coelho precisa de comida e água, mas feno é importante para eles também. Podem ser facilmente treinados para defecarem em locais específicos, como uma caixa de areia, mas esta deve ser constantemente limpa.
Fontes: www.cantinhoanimal.com e www.clubedosviralatas.com.br