Cultura Doadora. Especialista em transplante e o Los 3 Plantados trataram sobre a importância da doação
A doação de órgãos vem crescendo ano após ano em todo o mundo, mas o número de pacientes nas filas de transplantes ainda é superior ao de doadores. Para incentivar as pessoas a falarem sobre o assunto o projeto Cultura Doadora, desenvolvido pela Fundação Cultural e Assistencial Ecarta, promove iniciativas como à aula-show, evento que ocorreu na noite dessa quinta-feira, no Teatro Terezinha Petry Cardona, na Fundarte, em Montenegro. O médico especialista em transplantes pulmonar da santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Spencer Camargo, comandou a palestra que abordou a importância dos transplantes. Na sequência, o trio Los 3 Plantados se encarregou da parte musical.
Spencer Camargo fez um retrospecto dos transplantes, no mundo. Além disso, salientou a importância de cada vez mais falar sobre doação. A mensagem sobre o tema foi grifada pelo grupo Los 3 Plantados. Os músicos que integram a banda, Jimi Joe, King Jim e Bebeto Alves, passaram pela angustiante espera por um transplante. Agora, recuperados, eles usam a música para passar mensagens de incentivo e esclarecimentos sobre doação.
Bebeto e King Jim receberam novos fígados e Jimi Joe, após 10 anos de espera, ganhou um novo rim. “Temos algo maior que uma banda: uma ação pela informação do que é o transplante e como pode salvar vidas. Isso é para sempre. As músicas são só mais uma ferramenta”, comenta King Jim.
Gratidão move a transplantada Naara Nunes
Naara Nunes, de 53 anos, contou dia após dia o tempo de espera pelo transplante de pulmões. Com dificuldades para se alimentar e precisando de ajuda do filho até mesmo para escovar os próprios dentes, ela chegou a pensar que não iria resistir. “Durante o tempo de espera a gente vive o hoje porque não sabe se amanhã vai ver o sol.”
Depois de dois anos, dois meses e 22 dias de espera, em julho de 2017 Naara foi beneficiada pela doação de dois pulmões. Hoje ela compartilha a alegria de viver e estimula a doação. “Se eu convencer uma pessoa a ser doador, já estarei feliz”.
É importante expor o desejo de doar
A família de Estela Marlene Froener, de 81 anos, costuma conversar sobre o desejo de cada um de se tornar doador de órgãos. Ela lembrou do desejo de seu filho Paulo Norberto Froener, de 25 anos, quando ele veio a óbito, após sofrer um acidente de trânsito, no ano de 1991.
Após sete dias internado no Hospital Montenegro, o jovem teve morte cerebral e com o consentimento da família foi levado para coleta de órgãos em Porto Alegre. “Acho que todo mundo deveria ter essa atitude. Sou totalmente favorável a doação de órgãos, toda a minha família é”, diz ela.