Moradores de Pesqueiro protestam contra a instalação de central de resíduos

Manifestação ocorreu na margem da ERS-124, junto da estrada para a localidade

Os moradores de Pesqueiro e localidades próximas realizaram mais uma manifestação contra a instalação da central de resíduos da Proamb. O protesto ocorreu no final da tarde da última quarta-feira, 15, às margens da ERS-124, junto da entrada para a Estrada Severino Carrollo, que serve de acesso à propriedade da antiga pedreira, adquirida pela Proamb.

Participaram cerca de 30 pessoas, empunhando bandeiras e cartazes contrários à instalação do aterro industrial. Nas faixas constavam manifestações como “Pesqueiro não aceita lixo tóxico”, “Fora Proamb”, “Plebiscito já”, “Queremos providência. A comunidade é contra esta empresa”, entre outras.

O vereador Paulo Azeredo (PDT) foi um dos organizadores da manifestação. “Proamb aqui não. Pesqueiro não aceita”, gritava, enquanto balançava uma bandeira na margem da rodovia.

Líder comunitário em Pesqueiro, Sérgio Pereira destaca que a localidade é uma área rural, de chácaras, criação de gado, cultivo de hortifrutigranjeiros e outras culturas agrícolas. “Somos contrários a instalação da central de resíduos”, frisa. Ele diz que a empresa não tem as licenças do município e da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental). “Queremos outro tipo de indústria, não de lixo tóxico”, afirma, lembrando que já participou de reuniões na própria Fepam, Câmara de Vereadores e de manifestação no centro de Montenegro. “A própria Fepam garantiu que não passa por cima da vontade da lei do município. O processo está parado e esperamos que continue parado para sempre”, declara. Sobre a realização de um plebiscito, Sérgio entende que a própria lei municipal já barra a instalação da central de resíduos, não necessitando a realização da consulta popular.

Proamb diz que tem o direito de se instalar
Advogado da Fundação Proamb, Ricardo Jobim diz que a decisão sobre a instalação da central de resíduos cabe a Fepam. “Estamos com tudo regularizado junto à Fepam, que entende que o local é o mais apropriado e de menos impacto ambiental. É um local degradado, pois tinha uma pedreira”, afirma.

O advogado garante que não terá o trânsito de caminhões em Pesqueiro, alegando que os veículos vão passar longe da localidade. “Os resíduos líquidos não serão direcionados para o aterro de Montenegro”, garante. Afirmou ainda que a Proamb é uma empresa referência mundial em soluções ambientais. E, neste caso, entende que não cabe a realização de plebiscito, pois é uma decisão de Estado. “Não é competência do município operar licenças concedidas que foram revogadas”, afirma, sobre a licença ambiental concedida em 2020 pela Prefeitura e que no ano passado foi anulada. “Temos o direito de se instalar em Montenegro, que assim será referência em meio ambiente. É uma prioridade do Estado”, finaliza, sobre a necessidade de instalação da central de resíduos, citando investimentos como no Pólo da Química, que vão gerar empregos e receita ao município e precisam de locais para destinar os seus resíduos.

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