DENGUE E INFLUÊNZA mobilizam equipes da Saúde contra o mosquito e em prol da vacinação
O Programa “Prefeito tá On”, da Rádio Web Ibiá, dessa quarta-feira, 24, teve a participação do chefe do Executivo de Montenegro, Gustavo Zanatta, para falar sobre Saúde na cidade. Ele estava acompanhado da secretária de Saúde, Andréia Coitinho, da diretora de atenção básica, Camila Anversa, e de Vanessa Kerber Miozzo, chefe de assistência farmacêutica da SMS. Eles abordaram o aumento de casos de Dengue e como estão lidando com isso. Além disso, expressaram preocupação com a baixa procura pela vacina contra a gripe.
Diante do crescente número de casos suspeitos de dengue e a preocupação com sintomas gripais que podem ser confundidos com a doença, Montenegro tem adotado medidas proativas para lidar com a situação. Segundo dados comparativos, os postos de Pronto Atendimento registraram um aumento significativo de consultas, principalmente relacionadas a sintomas que se assemelham aos da dengue.
Para lidar com esse aumento na demanda, houve um reforço nas equipes médicas nos postos de saúde, especialmente nos bairros Germano Henke, Vila Esperança e no Pronto Atendimento da Secretaria de Saúde. Além disso, o horário de atendimento no centro foi estendido, visando acomodar a maior demanda de pacientes. Em um período de 30 dias, entre os meses de fevereiro e março, o total de aumento no número de consultas no município chegou a dois mil pacientes.
Conforme a secretária de Saúde, Andréia Coitinho, até quarta-feira, foram registrados 137 casos de dengue, 91 suspeitas e um paciente internado. O diagnóstico preciso tem sido um desafio, especialmente devido ao surto de Influenza A, resultado da baixa cobertura vacinal do ano anterior.
Andréia explica que, quando há suspeita de dengue, os pacientes são notificados e medidas de controle são tomadas, incluindo a aplicação de inseticidas em um raio de 300 metros das residências afetadas. Pacientes com alterações de plaquetas são encaminhados para o hospital para avaliação e monitoramento.
A secretária ressalta que o município tem ampliado a capacidade de atendimento e segue protocolos rigorosos do Ministério da Saúde para o tratamento de pacientes com sintomas de dengue. O tratamento é sintomático e clínico, não havendo um tratamento específico para a doença. Pacientes com sinais de sangramento são encaminhados para coleta de sangue e monitoramento constante.
Baixa procura pela vacina contra a gripe
A equipe da Saúde apresentou dados referentes à vacinação. A cobertura vacinal contra a Influenza atingiu 30,83% em Montenegro até o dia 23 de abril, revelando um cenário similar no Rio Grande do Sul e no Brasil, onde os índices registraram 30,83% e 22,7%, respectivamente. No entanto, os idosos apresentaram uma taxa ligeiramente superior, com 36,54% vacinados, enquanto as crianças alcançaram 19,1%.
Montenegro adotou como estratégia neste ano levar a vacinação até as creches, buscando ampliar o alcance da campanha e facilitar o acesso da população, em vez de depender apenas da presença nos postos de saúde.
Inês da Cruz, moradora do Centro enviou pergunta sobre o horário de aplicação da vacina contra a gripe, que vai até as 17h. Segundo ela, a questão é especialmente relevante para aqueles que trabalham até as 18h30.
A secretária Andréia explicou que já houve tentativas de estender o horário de vacinação, mas a procura foi baixa, o mesmo ocorreu durante o Dia D de Vacinação. No entanto, a gestora ressalta que a Secretaria está aberta a sugestões da comunidade e disposta a colocá-las em prática quando necessário.
Camila Anversa lembra que os postos de vacinação não fecham ao meio-dia, então tanto o Centro de Saúde quanto a sala de vacina da Secretaria de Saúde estão disponíveis para receber os moradores.
Já em relação a vacina da Covid-19, a pesar da importância dos grupos prioritários receberem o reforço da vacina anualmente, no momento, há falta desse medicamento. O fornecimento das doses é responsabilidade do Ministério da Saúde aos municípios.
Avanços em Saúde e projetos futuros
A tão aguardada nova Unidade e Farmácia Móvel, que prometem ampliar o acesso aos serviços de saúde para a população. Zanatta ressalta que a aquisição desses importantes recursos foi possível graças às emendas de bancadas de todos os vereadores, utilizando o orçamento de 2023.
Contudo, apesar de já ter sido licitada, a unidade ainda não está disponível ao público. Andréia explica que a primeira licitação apresentou problema, uma segunda licitação, realizada no final do ano passado, foi bem-sucedida. Tanto a unidade móvel quanto a farmácia necessitam de adaptações, o que está em fase de ajustes. A expectativa é de que em breve estejam prontas para atender a comunidade.
A Unidade Móvel proporcionará atendimento clínico e odontológico, enquanto a Farmácia Móvel irá levar medicamentos às pessoas que enfrentam dificuldades, especialmente os moradores das áreas mais remotas, que receberão os medicamentos diretamente em suas residências.
O programa também destacou a reforma do prédio onde funcionará o Posto de Saúde de Costa da Serra, que está em fase final de licitação. Embora seja improvável que entre em funcionamento ainda neste ano, já há planos para o remanejamento de profissionais para atender no local.
O prefeito expressou seu desejo de que as obras sejam concluídas o mais rápido possível, mas reconheceu os entraves burocráticos que podem retardar o processo. No entanto, garantiu que, se não estiver pronto este ano, estará funcionando no início do próximo.
Dificuldades no HM Regional
Em resposta aos questionamentos sobre a situação que se encontra o HM Regional, enviados por Suellen Senna, sobre escassez de medicamentos, dificuldades financeiras e problemas trabalhistas, no HM o prefeito destacou que a Casa de Saúde é responsabilidade do Governo do Estado.
Sobre o processo de Recuperação Judicial do HM, Zanatta diz que irá se reunir com o novo diretor do hospital para esclarecer dúvidas e saber mais sobre a situação atual. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira, dia 29.
Fila para cirurgias e atenção básica
O programa abordou também a agenda de cirurgias no Município lembrando o Mutirão realizado para colocar em dia os procedimentos. A secretária da Saúde enfatizou que o HM Regional tem contrato com o Estado, enquanto a gestão municipal se concentra na atenção básica à saúde.
As cirurgias estão sob regulação do Estado. Após o Mutirão realizado pelo Município, o Estado encaminhou recursos e indicou sua utilização para diminuir as filas de cirurgias, todas foram realizadas. A realização de procedimentos de vesícula no município de Portão também tem contribuído com a redução do tempo de espera e formação de listas.
O prefeito Zanatta destacou também que Montenegro oferece especialidades além da atenção básica, como pediatria, ginecologia, obstetrícia, pneumologia, neurologia, traumatologia, cardiologia e psiquiatria. O prefeito ressalta ainda o trabalho realizado no Centro de Saúde Infantil, que atende doenças da infância e dá atenção especial a crianças diagnosticadas com autismo a Síndrome do Espectro Autista.
Falta de medicamentos preocupa população e gestores
A falta de medicamentos tem gerado preocupação entre os cidadãos e autoridades responsáveis pela saúde pública. Gabriela de Ávila, mãe de um menino de sete anos que depende dos medicamentos Levotiroxina Sódica 25mcg, Nitrazepam 0.5 mg e Sinvastatina, questiona o Poder Público sobre a ausência dos remédios para distribuição.
A secretária da Saúde explica que o problema está ligado às dificuldades enfrentadas pelo Consórcio CIS/Caí no processo de aquisição de medicamentos e equipamentos médicos hospitalares. Essas dificuldades incluem entraves burocráticos de sistema, atrasos nas entregas, problemas com fornecedores e falta de matéria-prima.
Vanessa salienta a complexidade do sistema de aquisição de medicamentos e a dependência do município em relação ao Consórcio CIS/Caí. Apesar de ainda haver atraso na entrega dos remédios, a SMS vem recebendo medicamentos uma vez por semana.
A chefe de assistência farmacêutica destaca também a importância de os pacientes entenderem se a falta de medicamentos ocorre devido à escassez ou se é porque o Município não os fornece. Atualmente, o município tem uma lista padrão com cerca de 200 medicamentos disponíveis para a população. A aquisição desses medicamentos é feita de forma tripartite: o governo federal, o estadual e o municipal contribuem.
A União repassa mensalmente cerca de R$ 40 mil especificamente para assistência farmacêutica, enquanto o Estado repassa aproximadamente R$ 13 mil. O município precisa investir no mínimo o mesmo valor que o Estado, ou seja, R$ 13 mil. No total, deveriam ser investidos no mínimo R$ 66 mil por mês. No entanto, o município tem colocado mais recursos, chegando a gastar mensalmente cerca de R$ 270 mil em medicamentos, quase cinco vezes mais do que o obrigatório por lei.
Programa Mais Remédios
Administração Municipal está agindo para tentar contornar a situação da falta de medicamentos. Conforme Vanessa, foi dado início ao processo de registro de preço de alguns remédios essenciais, incluindo aqueles necessários nos pronto atendimentos e unidades básicas de saúde para uso imediato nos pacientes.
Enquanto aguardam a conclusão do processo de licitação, que está em andamento, a equipe está se preparando para uma compra emergencial de 18 itens essenciais que estão em falta. Vanessa enfatizou que estão cientes dos possíveis desafios futuros, mas estão confiantes de que poderão estabelecer um controle direto com os fornecedores, o que poderá garantir um abastecimento mais eficiente.