Moradora do Olaria foi beneficiada pelo MCMV Reconstrução
Mara Margarete Abreu de Oliveira sofreu por mais de vinte anos em área atingida por enchentes. “A de maio foi devastadora”, lembra a montenegrina, de 60 anos, que residia na Rua Ricardo Carlos Lerch, do bairro Olaria. “Marga”, como é conhecida, perdeu tudo na última inundação, incluindo a própria casa, que ficou com sua estrutura comprometida. Ela já tinha sofrido uma tristeza ainda maior, dois anos atrás, com o falecimento da filha, de 37 anos, vítima de câncer.
A sexta-feira, 27 de setembro, marcou o momento de recomeço e reconstrução na vida de Margarete. Ela recebeu as chaves de sua nova moradia, agora no bairro Imigração. Beneficiada pelo programa Minha Casa Minha Vida Reconstrução, do Governo Federal, que está adquirindo imóveis de até R$ 200 mil para quem perdeu tudo na cheia, “Marga” não escondeu a emoção. “Estou muito feliz. Não tenho nem palavras para agradecer”, declarou. “Eu só tinha a roupa do corpo”, recorda, enquanto olhava sua nova moradia, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e um amplo pátio.
Margarete ainda recebeu algumas doações do município, como fogão, geladeira, cama e sofá. foi também beneficiada com o Auxílio Reconstrução, de R$ 5.100, para que comprasse um roupeiro e outros utensílios. “Todos os contemplados vão conseguir. Tem a burocracia, mas as casas serão entregues”, garante o coordenador da Defesa Civil, Clóvis Pereira.
O secretário municipal de desenvolvimento social, cidadania e habitação, Vitor Cardoso, lamenta a dificuldade em se conseguir imóveis à venda que se encaixem nos requisitos do programa. Inicialmente, quatro montenegrinos foram contemplados.
Um deles foi João Carlos Oliveira, de 64 anos, que no mês passado assinou a escritura em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre. Ele era morador do bairro Industrial e agora passou a residir em um apartamento próximo ao Sesi. “Temos 36 famílias habilitadas e 26 com documentação em análise”, informa Vitor. Outros 120 pedidos foram encaminhados para a segunda fase. “Com a dificuldade de se encontrar casas para vender, o Governo deve construir moradias. O que vier primeiro será entregue aos beneficiários”, afirma Vitor. “Meu sonho foi realizado”, comemora Mara Margarete.