Conforme o nível do Rio Caí ia diminuindo na manhã desta segunda-feira, dia 20, algumas famílias, ainda espantadas pela água ter chegado até onde antes não chegava, já iniciavam a limpeza de suas casas. A tarefa era dificultada pela falta de energia, que estava sendo restabelecida aos poucos, e também pela falta de água limpa, uma vez que o abastecimento feito pela Corsan-Agea estava interrompido em muitas áreas da cidade.
A solução foi usar da criatividade e auxílio dos vizinhos. Houve quem utilizasse água da piscina para emprestar aos vizinhos. Os reservatórios em caixas d’água também foram utilizados. No bairro Ferroviário, por exemplo, vizinhos se uniram para levar gelo até um supermercado localizado na rua Próspero Mottin que estava sem energia elétrica.
Morando há 23 anos na rua Menino Deus, no bairro Ferroviário, José Leandro de Souza, 52 anos, foi surpreendido pelo tamanho da cheia. “A água subiu muito rápido e a gente não esperava que seria dessa dimensão”, disse, lembrando que até então a água nunca havia entrado em sua residência. “Até a frente da casa já veio, mas nunca chegou a entrar”, reforçou. Assim, ele teve diversos prejuízos por conta de móveis atingidos.
“A limpeza vai ser complexa. Estamos sem água e luz. A gente vai trabalhar com o que tem”, reforçou Leandro. Na região onde ele mora, a energia elétrica foi restabelecida ainda pela manhã. “Graças a Deus na vida estamos com saúde e vamos resgatar tudo o que a gente perdeu”, enfatizou.