Mato cresce no terreno onde o prédio está situado e as manchas na pintura completam o quadro de degradação
Ainda que em condições estruturais questionáveis, a agência montenegrina do Instituto de Previdência do Estado (Ipe) está realizando atendimentos. O horário é diferenciado no período de férias. Até o dia 27 de fevereiro, ele ocorre de segunda a quinta-feira, das 9h às 16h. Quem passa pelo prédio e vê a situação em que ele se encontra fica em dúvida se a construção está ou não abandonada.
As paredes estão manchadas por infiltrações em todos os lados. O mato, que toma conta da calçada e de todo um lado do pátio, é um prato cheio para a proliferação de animais indesejados. Sendo um prédio público grande e bem localizado, na Rua José Luis, o potencial não aproveitado da estrutura chega a despertar um sentimento de tristeza.
É o que diz a pensionista Jurema Lima Gonçalves. Na sexta-feira, ela estava no Ipe, cautelosa em frente ao prédio, para verificar se haveria ou não atendimento no local. Buscava informações sobre o encaminhamento de sua prova de vida. “Ano passado, eu já fui direto no Caí encaminhar”, conta. Sem saber do horário especial de férias, ela ficou sem atendimento, mas vai voltar nesta semana.
O Ipe é um Instituto voltado ao atendimento dos servidores públicos do Estado. Na agência local, encaminhamentos e autorizações de procedimentos em saúde são alguns dos serviços prestados. A servidora Silvia Rosane de Oliveira – com 43 anos de trabalho no Ipe – é a única atendente em Montenegro. Ela conta, hoje, com o auxílio de apenas uma estagiária. Periodicamente, dois médicos da cidade fazem perícias lá. Um deles começou há pouco tempo.
De acordo com servidora, problema existe em todo o Estado
A má conservação do prédio e a falta de profissionais para atuar no Ipe, Silvia conta, não é exclusiva de Montenegro e é reflexo da crise financeira do governo estadual. “Aqui chega a ter até muito mais coisas do que em Lajeado ou no Caí. E tem muitos fechando. O de São Leopoldo acaba de fechar”, coloca. Na parte de dentro da agência local – a reportagem não conseguiu entrar no prédio durante a apuração – a limpeza é feita. “Dentro está tudo limpo. Em 2017, eu consegui ganhar uma faxineira”, ressalta.
Quanto ao mato, Silvia aponta que, ao menos na entrada principal, há limpeza e espaço para o trânsito dos que buscam atendimento. É na direita, em uma parte da estrutura que já não é utilizada, que o matagal toma conta. “Está assim porque o Ipe não tem dinheiro para limpar o pátio. Eu sou mais realista. Eu peço, mas se o Estado não tem dinheiro, não tem. Agora, começando o ano, podem vir novas verbas”, coloca a servidora. No momento, ela se encontra de férias, e outro profissional realiza suas funções.