GESTOR pede bom-senso aos que usam o nome da instituição para propagar fake news
“A Recuperação Judicial não é um processo de falência, é uma ferramenta judicial e também de gestão. Fizemos esse processo para recuperação do Hospital”, afirma o diretor executivo do HM Regional, Jeferson Alonso dos Santos. O gestor diz ainda que não há falta de insumos na casa de saúde; e pede mais responsabilidade da população ao compartilhar falsas notícias sobre a instituição. “Peço à comunidade que antes de postar ou repostar alguma informação, nos consultem”.
Esses foram alguns pontos da entrevista coletiva realizada pela direção do HM na última sexta-feira, dia 19. A convocação ocorreu no mesmo dia em que o Simers divulgou anúncio no Ibiá alertando sobre a possibilidade de desassistência ao hospital. Além disso, o momento também serviu para esclarecimentos sobre o pedido de Recuperação Judicial que havia sido anunciado pela gestão, no último dia 9.
“Nós não temos desassistência, não está faltando soro. Não falta insumos para os atendimentos. Aqui vai um pedido para os cidadãos: divulguem o que é verdade. Não façam panfletagem com essa instituição que tem 93 anos de serviços prestados. É ano eleitoral, não usem o Hospital, ele não vai ser palco para ninguém”, disse Jeferson.
Com o pedido de Recuperação Judicial deferido pelo Tribunal de Justiça (TJ-RS) o HM tem prazo de dois meses para apresentar um plano de recuperação, o que já estaria em planejamento. Originalmente, o Pedido de Cautelar havia sido feito à Vara Regional Empresarial da Comarca de Pelotas no começo deste mês, mas foi indefirido naquela comarca, o que obrigou apelação junto ao órgão estadual.
O diretor-executivo salienta que este processo traz vários benefícios ao Hospital. Um destes será a possibilidade de voltar a receber emendas parlamentares, o que não era possível pelo fato do HM não ter certidão negativa de débitos junto ao Governo Federal. Essa situação é revertida pela Recuperação Judicial. Durante o processo o Hospital Montenegro será auditado por profissionais designados pela Justiça, fator que eleva a transparência à comunidade e ao Judiciário.
Em paralelo a direção encaminha processo junto à União, sendo que já teria garantido montante de R$ 24 milhões por meio de renegociação que diminuiu as Dívidas Fiscais Federais, garantido justamente no dia 9 passado. Em suma, a Recuperação Judicial – projeto de médio prazo – permite renegociar com credores para reorganizar as finanças. A própria autorização para Recuperação Judicial seria uma demonstração de lisura nas informações adminsitrativas, que foram anexadas ao processo.
A direção busca ainda junto ao Estado rever os números do Programa Assistir, que cortou repasse financeiro a diversos hospitais gaúchos. Apenas em janeiro deste ano o HM Regional deixou de receber quase R$ 700.000,00. Ele agrava uma situação financeira da instituição, que ao longo dos últimos anos precisou reduzir de 18 para cinco Especialidades atendidas.
Não há atraso de salários
O diretor-executivo também desmentiu boatos, como de haver um surto de sarna e vazamento de esgoto em um corredor da instituição. Depois esclareceu que o corpo médico recebe mensalmente, ainda que não o valor completo das notas fiscais pela prestação de serviço.
Segundo o Jeferson, essa redução percentual foi acordada em dezembro passado, sendo que os profissionais se mostraram “compromissados em apoiar”. Em relação aos funcionários, garante que não há atraso dos salários. Ainda defendendo a transparência na gestão, Santos diz que a Recuperação Fiscal foi apresentada à equipe em assembleia. Não afasta acionar o Sindicato judicialmente ante as ilações. “Nestas questões, do que está sendo dito e que não é verdade, nós também vamos usar o caminho judicial para que seja retratado o Hospital”, declarou Santos.