Estudante montenegrina realiza projeto no Creas

Ação faz parte do estágio obrigatório da aluna de Psicologia

Você sabe o que quer dizer Creas? Para que serve? O que é exatamente? Em caso positivo, você integra um pequeno grupo que conhece o serviço, parte de uma rede de proteção e acolhimento. Foi pensando nisso que a estudante de Psicologia da Unisinos, Victória Fell, 22 anos, deu início ao seu projeto “Creas Renascer (Para que(m)?)”.

Estagiária no Centro de Referência de Assistência Social – Creas Renascer desde março deste ano, Victória realizou uma análise de demanda para identificar as necessidades do local. Com o seu trabalho, percebeu que a visibilidade do serviço é ainda muito baixa.

Apesar dos importantes serviços oferecidos, há desconhecimento. “As pessoas não sabem o que é, com o que trabalha, confundem com outros serviços, como Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Cras, e então eu pensei: como chegar nas pessoas para falar?”, explica.

A montenegrina então resolveu por as mãos na massa, com o apoio e ajuda da equipe técnica do Creas, para realizar uma intervenção com professores da Escola Delfina Dias Ferraz e com mães na Pastoral da Criança. “A ideia era expandir essas intervenções, mas, por questões de datas, às vezes fica difícil”, observa. Com os professores, foi realizado um trabalho mais voltado à violência, para abordar o assunto, como identificar as crianças que estão sofrendo, como alcançá-las e para onde encaminhá-las.

Victória Fell realizou intervenções para falar sobre o serviço prestado e de que forma os educadores podem recorrer à rede de apoio

Segundo Victória, o professor está diretamente ligado ao menor, então é importante que ele saiba perceber sinais que a criança e o adolescente passam. “Eu acho que essa intervenção é de extrema importância. Cabe à gente refletir por que esse serviço não tinha visibilidade. Precisamos falar sobre isso para diminuir os casos”, declara a jovem.

Atendimento voltado ao indivíduo e à família
O Creas é responsável pela oferta de ações especializadas de apoio, orientação e acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos, atendendo desde crianças até idosos. Os casos são os mais diversos, como suspeita ou abuso sexual, situações que ocorreram na escola, negligência, abandono, etc.

De acordo com a estudante e estagiária do serviço, os principais encaminhamentos que chegam são do Conselho Tutelar, do Ministério Público e do Disque 100. “Nós fazemos um atendimento não só com a criança, mas com a família, para orientar sobre como lidar com a situação. Não é terapia, a gente faz um atendimento psicossocial”, descreve. Os profissionais detectam a situação, escutam as partes e fazem um planejamento familiar.

No Creas Renascer, a equipe é formada por uma assistente social, uma psicóloga, um educador social, a coordenadora, e Victória como estagiária. “O estagiário não está ali para apontar o problema, mas para agregar. Ele quer ajudar, vindo com ideias novas para agregar e melhorar o serviço”, comenta. A equipe se une com a Rede, se necessário, para proteger as vítimas e diminuir a reincidência, ajudando a fortalecer a autonomia da família para que ela consiga se reerguer.

Victória ressalta que o Creas não tem relação com a polícia, ele pode atender a casos que tenham a polícia intervindo, mas em momento nenhum o serviço irá tirar a criança de algum lugar. “O Creas é municipal, faz parte da Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania (SMHAD) e trabalha com a rede. A Polícia faz parte, mas tu não vais ser atendida e presa. Nós não estamos lá para julgar, mas sim para ouvir e atender as pessoas”, conclui. Para quem enfrenta ou sabe de alguém passando por uma situação de violação de direitos, o Creas fica na rua São João, 1065, Centro, e o seu telefone é (51) 3649 1480.

Últimas Notícias

Destaques