SOLUÇÕES. 2ª Seminário Desafios Climáticos acontece em Montenegro
Entidades ligadas aos profissionais de engenharia e arquitetura – Asegap, Confea, Crea-RS e Mutua – colocaram Montenegro no centro dos debates a respeito da causas e consequências de episódios catastróficos como ocorrido em maio no Rio Grande do Sul. A segunda edição do Seminário Desafios Climáticos iniciou ontem e segue nesta sexta-feira, dia 18, no Teatro Roberto Atayde Cardona, aberto ao público e sem cobrança de ingresso; com programação que instiga a reflexão sobre o presente e o futuro.
Este é um cenário no qual cresce a importância destes profissionais no que tange pensar e promover construções inteligentes e sustentáveis, com destacou a gerente de convênios e relações institucionais do Crea-RS, engenheira florestal Mirian dos Santos. Ela destaca que o caminho para alcançar as soluções inicia pela modernização do Plano Diretor de cada cidade e considerando suas características naturais, realizado com a contribuição dos técnicos deste setor.
Inclusive, recorda Miriam, engenheiros, arquitetos, geólogos, topógrafos e outros das geociências foram fundamentais na realização do levantamento pós-catástrofe climática. Questionada a respeito das soluções inteligentes, em especial que reduza o processo de impermeabilização do solo nas cidades, a engenheira comentou que até mesmo o asfalto ainda tem espaço. “A tecnologia precisa ser implementada no asfalto. Hoje temos estudos que viabilizam asfalto permeável, tem tecnologia que precisamos buscar para construir nossas estradas”, aponta.
No tema das soluções viáveis para reduzir os impactos dos episódios extremos de chuva, uma palestra elucidativa será do engenheiro Nabor Torri (13 horas desta sexta-feira) a respeito do projeto Bacias de Detenção das Águas. Ele abordará o estresse que concreto e asfalto causa nos cursos d’água, sugerindo contenção e reaproveitamento já nas residências, além da construção das bacias de detenção em locais onde as inundações são inevitáveis (veja entrevista no QR Code anexo).
Políticas Públicas e Parcerias Privadas
Entre as palestras do primeiro dia destaque para o diretor de projetos da Prefeitura de Montenegro, engenheiro civil Daniel Vargas de Oliveira, “desafios e dificuldades para ampliar os investimentos públicos em obras de prevenção de desastres”. Ele abriu sua fala assinalando as Políticas Públicas como norteador para soluções definitivas; além do debate efetivo a respeito das mudanças climáticas. A respeito deste segundo assunto, inclusive, Oliveira aponta como irreversíveis os processos de degradação impostos pelo ser humano ao Meio Ambiente, sendo que a parti de agora é fundamental mitigar e enfrentar os efeitos.
Ele assinalou ainda que medidas de prevenção devam ser construídas em nível de bacia hidrográfica, sendo pouco eficaz cada município pensar em como reduzir a enchente em seu território; e sem descuidar do impacto ambiental que estas trarão e suas consequências. Quanto as ações em andamento em Montenegro, destacou a elaboração de novo Plano de Saneamento Básico; incentivos ao cidadão através do IPTU Verde. Mas o engenheiro destacou, sobretudo, o investimento em sistema de monitoramento (de chuvas e níveis do Rio Caí) e com emissão de alerta para catástrofe.
Entre os desafios para Montenegro, em primeiro lugar a substituição da antiga rede de esgoto pluvial que já não dá vazão as chuvas. Assinalou ainda a falta de mão de obra técnica no serviço público assim como a falta de estudos técnicos e projetos para a captação de recursos; o que vai ao encontro do item ‘orçamento limitado das prefeituras’. A solução apontada por Oliveira, além da busca de verba estadual e federal, é o emprego de Parceria Público-Privada (PPP).
A atividade segue nesta sexta-feira, 18, com palestras a respeito de assuntos como Planejamento Urbano e Emergência Climática (Palestrante: Professor Tiago Balem – Universidade Feevale – LaVuRs); Palestra Projeto de bacias de detenção para a cidade de Novo Hamburgo (Palestrante: Torri Engenharia); Ocupação das Áreas de Preservação Permanentes e as mudanças climáticas: aspectos legais (Eduardo Barcellos – Professor de Direito Ambiental – IFRS); Cheia no Vale do Caí – o que precisamos mudar? ( Geóloga Luciana Schneider – Caí Perfurações) e Cidades resilientes (Palestrante: Dr. Marco Alésio Figueiredo Pereira – Doutor em recursos hídricos – especialista em Bacias Hidrográficas)