Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi reinaugurada em 20 de agosto de 2013
Considerada uma das melhores do País de acordo com o Selo de UTI Eficiente 2019 – premiação dada pelo Epimed Solutions – a UTI do Hospital Montenegro 100% SUS comemora nesta quinta-feira, 20, 7 anos de reinauguração. A ala que ficou de 2010 a 2013 sem funcionar, tem garantido atendimento a 14 municípios da região nos últimos anos.
De abril de 2014 a 2020 foram 3.277 pessoas internadas na UTI do HM. Os óbitos foram 617, enquanto o total de recuperados é de 2.660, o que dá um índice de recuperação de 81,17%, número muito positivo para uma Unidade de Terapia Intensiva.
A UTI conta atualmente com 10 leitos normais e, devido à pandemia do novo coronavírus, mais seis para pacientes com a Covid-19, totalizando 16. Para cuidar do grande número de pacientes graves, o HM conta 49 profissionais celetistas no setor, dentre eles assistenciais, médicos, fonoaudiólogo, higienizadores e psicólogos. Além disso, ainda há as especialidades de bucomaxilofacial; cirurgia geral; neurologia; nefrologia; pediatria; traumatologia e urologia sobreaviso.
Com equipamentos de ponta investidos na ala, e a equipe preparada para os cuidados, a UTI foi premiada como UTI Eficiente do último ano, por ter o menor número de mortes com o menor gasto de recursos. “De uma certa forma, os números e a qualidade que a UTI tem são fruto do hospital. Que é um hospital que a gente consegue fazer horizontal e não vertical”, declara o diretor geral do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira.
O diretor ainda cita oprojeto “UTI visitas”, organizado pelo Hospital Moinhos de Vento em conjunto com o Ministério da Saúde, no qual o Hospital Montenegro participou. A partir disso foi dado início um projeto de humanização da UTI local, e as visitas foram ampliadas para que familiares fiquem das 9h às 17h. Devido à pandemia, no entanto as visitas foram limitadas.
O gasto atual mensal com a UTI do hospital é acima de R$ 300 mil por mês, segundo Carlos Bastista, e atualmente a meta é que a ala possa futuramente ter residência em intensivismo.
UTI Covid
Com a pandemia do novo coronavírus, seis leitos especiais foram criados para o atendimento exclusivo a pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. Desse modo, são 16 leitos ao todo na UTI, sendo que 100% estava ocupado ontem, 18. O número é preocupante, mas não é um surpresa. “Quando o governo do Estado fez o plano original de atendimento de pacientes suspeitos e infectados pela Covid, o hospital não entrou no plano, o que nos deixou muito preocupados. No começo até funcionou, porque enquanto tinha leitos em outras cidades os pacientes começaram a ser rapidamente transferidos, mas o número de infectados acabou saturando esses hospitais que eram referência e logo o Estado percebeu que precisava mais de leitos”, explica o diretor técnico, Jean Ernandorena.
No final de julho, o governo Estadual entrou em contato com a instituição, pedindo por abertura de leitos no local. Mesmo com o desafio da pandemia em um estado mais grave, além dos recursos, o hospital expandiu os leitos. “As pessoas não se dão conta, mas a UTI do Hospital Montenegro é um ponto estratégico na região, porque a gente tem 10 leitos de SUS para uma população de 180 mil pessoas. O número é muito pequeno pra muita gente que precisa do leito. Para a gente conseguir dar conta de atender todo mundo que precisa, ela tem que ser extremamente eficiente. O hospital é muito bem equipado e muito bem preparado no ponto de vista técnico, porque só assim, a gente sendo muito eficiente, muito resolutivo, a gente consegue dar conta”, completa Ernandorena.
“Uma vez UTI, para sempre UTI”
A frase pode parecer simples, mas contém um grande significado para aqueles que vivenciam o trabalho diário na unidade. Valéria Weyenar, coordenadora de enfermagem da UTI do HM, trabalha há seis anos e meio no local. Entrou por acaso e ali se encontrou. “Eu entrei e me deslumbrei com a UTI, ‘Uma vez UTI, para sempre UTI’, e nunca mais sai”, declara.
Questionada sobre porque amar tanto a ala, ela destaca a tecnologia disponibilizada, os profissionais, a equipe multi e a humanização na ala. “A gente tem aquela ideia que na UTI a gente vem pra morrer, mas não é verdade, o paciente que vem pra UTI tem condições de recuperar sim. Nós temos todo o aparato para isso, a nossa UTI é bem completa”, diz. O contato com o paciente é algo especial para Valéria, que comenta a importância da UTI na sua vida pessoal também. “Pra mim é uma realização fazer parte, porque eu sempre digo que eu fiquei aqui em Montenegro pela UTI”.
Mesmo há apenas cinco meses na UTI, Pedro Soares, médico rotineiro do HM, já aspira ficar durante muito tempo no local. Segundo ele, o ambiente é acolhedor. “O ambiente me surpreendeu bastante, eu não conhecia muito bem essa UTI, mas eu ouvi falar em Porto Alegre. É uma UTI muito bem falada na região”, fala.
Com grandes responsabilidades e pressões na ala, o médico acredita que o equipamento ofertado e a equipe são diferenciais. “Pra mim foi meio que um achado muito legal, eu me sinto praticamente em casa aqui dentro. O pessoal me tratou muito bem. Fui muito bem recebido e o ambiente é muito tranquilo. É muito bom trabalhar aqui dentro, e acho que isso é o fundamental para manter uma UTI em pé, é o ambiente”.