Tradição. As disputas reuniram laçadores de várias cidades do Estado na sede campestre do Grêmio Gaúcho
O 1º Duelo de diamantes teve início na sexta-feira e terminou neste domingo. Laçadores de diversas cidades do Rio Grande do Sul prestigiaram o evento realizado na sede campestre do Clube Grêmio Gaúcho, no bairro Estação, em Montenegro. A chuva não foi obstáculo suficiente para atrapalhar a “briga” pela premiação que distribuiu R$10 mil.
O evento começou oficialmente na noite da Sexta-feira Santa. No sábado ocorreram as disputas classificatórias para a final, realizada no domingo. Mais de 120 laçadores, entre homens e mulheres, participaram das provas no segundo dia. As modalidades disputadas foram individual, dupla e duelo de prendas. O organizador, Marcelo Nascimento, de 22 anos, ficou satisfeito com a participação dos competidores. “Apesar do feriado e da chuva, tivemos um bom número de inscritos”, comenta. “A gente quis fazer um duelo para mostrar que é possível usar a vaca mecânica nesse tipo de competição”, explica.
Marcelo destaca a participação de laçadores vindos de cidades como Soledade, Viamão, Lajeado e Guaíba, entre outras. “Só tenho a agradecer aos amigos que me ajudaram na organização e aos que vieram de longe prestigiar”, enfatiza. O bom resultado já faz ele e o parceiro de iniciativa, Eduardo Cabral, pensar na segunda edição do campeonato. “Ano que vem vamos fazer de novo”, garante Marcelo. Um dos atrativos do evento foi a premiação distribuída entre as modalidades, cerca de R$10 mil.
Para Júnior e Tiago, “Laçar é um vício”
Os laçadores Júnior Lopes, de 18 anos, e Tiago Soares, 29, têm o laço como esporte favorito. “Laçar é um vício. Laço quase todos os finais de semana”, comenta Junior. Já Tiago avalia de uma forma mais profunda o sentimento em relação às competições. “É uma paixão”.
Ambos moram em Guaíba, mas aos finais de semana viajam para várias cidades em busca de emoção. Para não ter problemas no relacionamento, Tiago leva a namorada junto, e garante que ela não sente ciúmes do esporte.
Outro ponto comum entre os amigos é a forma como começaram a praticar o laço. Júnior teve a influência dos primos e Tiago, dos tios. “É um esporte e uma diversão. Comecei a laçar com meus primos há uns cinco anos e nunca mais parei”, conta Júnior. “É uma inspiração de família”, avalia Tiago.
Em suas andanças pelo Estado, a dupla vem acumulando troféus. Em Montenegro participaram dos duelos em dupla e individual. Para eles, o evento foi bem organizado e ofereceu boa estrutura para acampar. “O lugar é bonito e bem limpo”, avalia Júnior.
Mãe e filha unidas pelo amor ao laço
Rejane Schweig, 50, é aquele tipo de mãe que faz de tudo pelos filhos e sente um orgulho enorme ao ver que esses estão alcançando seus objetivos na vida. Ela é a mãe da Jéssica. Uma menina que aos 12 anos já é famosa nos locais onde participa das disputas de laço.
Nos acampamentos, Jéssica é carinhosamente chamada de “canhota”, apelido que ganhou por usar a mão esquerda nas armadas de laço. A mãe conta que o interesse da filha pelo laço surgiu quando ela tinha sete anos. Desde o início a família apoiou o gosto da pequena pelo esporte. “O pai dela fez uma vaca mecânica e logo depois compramos um cavalo pra ela. Hoje ela já treina em um boi”, conta Rejane.
A paixão de Jéssica pelo laço é tão grande que a família resolveu mudar de endereço para que ela tenha um local mais adequado para treinar. “Fomos para o interior para ela poder treinar com a égua dela. Ela tem um sonho. Onde ela quiser ir, a gente vai”, diz a mãe. E é assim que tem sido. Nos finais de semana em que não está treinando, Jéssica viaja para participar de competições. Tanta dedicação já lhe renderam cinco troféus e um dinheiro extra para ajudar nas despesas. No próximo final de semana, Jéssica estará em Brochier. Lá ela vai participar do Rodeio Crioulo, atividade que ocorre durante a 13ª Expofesta.
*Até o fechamento desta edição, não haviam sido divulgados os campeões do Duelo de Diamantes.