Saúde pede ajuda da comunidade na eliminação de água parada
Cada vez mais a dengue preocupa em Montenegro, contabilizando, apenas em 2022, 264 pessoas que contraíram a doença e mais três que aguardam o exame para confirmação. Só neste ano, o Centro, bairro com maior incidência de focos do Aedes aegypti, já soma 69. Em seguida vem o Rui Barbosa, com 41. O bairro Senai também está em alerta, com 31 focos encontrados, e o Panorama já tem 28. Segundo a chefe da Vigilância em Saúde de Montenegro, Beatriz Garcia, outros bairros precisam de atenção especial, como Centenário, Santa Rita e São João, que possuem mais de 10 focos encontrados neste ano. Os dados são os mais recentes e foram divulgados na quarta-feira, 13. Vale lembrar que no mapa, os bairros não citados ainda têm focos sendo contabilizados.
Basta não manter água parada
Segundo Beatriz, este é um momento importante para coibir o aumento de focos. Ela destaca que, mesmo com o frio, a fêmea do mosquito continua colocando ovos, que poderão eclodir quando começar a esquentar, no final do Inverno e início da Primavera. “Esse é o momento exato para adotar as medidas de combate ao mosquito”, enfatiza. A medida fundamental é não manter água parada. “Dez minutos do seu tempo por semana é suficiente para controlar a água parada, para que não se transformem em criadouros de mosquitos”, salienta.
“Nosso grupo de trabalho é um tanto pequeno em relação ao tamanho que é Montenegro, por isso pedimos mais uma vez que a comunidade nos auxilie. Basta não manter água parada que o mosquito não vai ter onde colocar os ovos e a gente vai conseguir cortar este ciclo”, acrescenta. Beatriz destaca que o setor está atuando para coibir a proliferação do Aedes aegypti, principalmente nos bairros com maior número de casos. Por isso, continua com as visitas nas casas e, por vezes, aplicando inseticida, mas o pedido é para que cada individuo se atente ao seu pátio.
Novas medidas de combate estão por vir
O Estado do Rio Grande do Sul e a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) estão alinhando estratégias que reforçam o combate ao Aedes aegypti. O planejamento está sendo realizado para que ações sejam executadas em conjunto entre o governo do RS e os municípios. Até terça-feira, 12, o Estado registrou 62 óbitos por dengue em 2022, e de 497 municípios, 449 são considerados infestados pelo mosquito transmissor. Mesmo que Montenegro ainda não tenha registrado óbitos, a cidade segue em alerta pelos altos números de focos encontrados e casos da doença.
Rodrigo Streb, secretário de Saúde de Montenegro, explica que as ações não têm data de aplicação, mas devem chegar. Uma das novas tecnologias é um larvicida colocado em pontos de maior proliferação do mosquito, estratégia já utilizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Amazônia. Inclusive, está em tratativa a possibilidade de uma capacitação da Fiocruz aos agentes municipais, proporcionada pela Secretaria da Saúde (SES) e Famurs.
A outra ação é a borrifação de um inseticida dentro das residências, com insumo utilizado inédito no Brasil, mas devidamente aprovado pela Organização Mundial da Saúde, a OMS. Este método já é utilizado em outros países como a Colômbia. Streb explica que a última estratégia se chama Ovitrampa, nome dado para armadilhas que monitoram a presença do Aedes em determinadas regiões.
Rodrigo destaca que a iniciativa do Estado e a Famurs tem o intuito de promover uma mobilização dos municípios no combate ao mosquito. “Todos os esforços são bem-vindos, com realizações de campanhas e mutirões mais frequentes. Os cidadãos devem começar a monitorar os seus pátios e comunicar a Vigilância em Saúde para que possamos fazer mais ações. Precisamos do apoio social neste combate”, ressalta.
Principais medidas para eliminar a formação de criadouros
– Manter as caixas-d’água bem fechadas;
– Lavar com água e sabão tonéis, galões ou depósitos de água e mantê-los bem fechados;
– Limpar e remover folhas das calhas deixando-as sempre limpas;
– Retirar água acumulada das lajes;
– Desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas;
– Lavar plantas que acumulam água duas vezes por semana;
– Preencher ocos das árvores e bambus;
– Evitar utilizar pratos nas plantas, se desejar mantê-los, colocar areia até a borda dos pratos;
– Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;
– Retirar a água e lavar com sabão a bandeja externa da geladeira;
– Lavar o suporte para garrafões de água mineral a cada troca;
– Lavar vasilhas de animais e trocá-los uma vez por semana;
– Manter aquários para peixes limpos e tampados/telados;
– Manter vaso sanitário limpo com tampa fechada;
– Guardar garrafas e baldes vazios de cabeça para baixo;
– Manter a lixeira bem tampada e os sacos plásticos fechados;
– Fazer furos na parte inferior de lixeiras externas;
– Usar repelente.