Corsan aponta que os reparos feitos, em 90% dos casos, são decorrentes da intervenção de terceiros nas redes
Nos últimos sete dias, a aposentada e moradora do bairro São Paulo, Elisa Kirst, ficou sem água por duas vezes. “A Corsan está vendendo um serviço caro e muito mal prestado. A gente entende que imprevistos acontecem, mas eles têm a obrigação de minimizar essas ocorrências”, reclama. A sua residência, e a de cerca de 5.000 montenegrinos mais, tiveram o serviço de abastecimento interrompido nos dias 17 e 21 de agosto.
A situação se deu em razão de uma melhoria realizada na rede de água da cidade, feita na avenida Ernesto Popp, esquina com as ruas Júlio Renner e Bruno de Andrade. No local, foi colocada uma nova tubulação próxima do meio-fio em substituição à antiga, que passava pela calçada e seguidamente rompia. No dia 17, o abastecimento foi parado para a interligação do novo trecho ao restante da rede e, no dia 21, outra parada foi feita para testes de pressão e posterior liberação do novo tubo. Nestes dois momentos, Cinco de Maio, Loteamento Via 2, Municipal, Industrial, Timbaúva, Zootecnia, São Paulo, Santa Rita, Nova São Pedro, Luiz Inácio, Aeroclube e Germano Henke ficaram sem água.
Os casos de interrupção, no entanto, são muito comuns. O encanador Juarez Rivelino Chapuis conta que seguidamente ocorrem situações de canos estourados e corte no abastecimento. “É lamentável. Na minha rua mesmo, já aconteceu. Daí termina a água e, quando volta, é aquele barro ou vem cheia de cloro, parecendo um leite. Se precisar para tomar um remédio, ou algo assim, tu nem pode tomar”, aponta. Ele indica que, além destes transtornos, após os reparos, as vias são deixadas cheias de buracos ou elevações.
O gerente da Corsan em Montenegro, Lutero Fracasso, explica que os casos de vazamentos e rompimentos no município são ocorrências diárias. “Nós temos cerca de 250 quilômetros de rede de água na cidade, isso sem contar os ramais que levam a água da rede até as residências. Então é normal que isso ocorra em alguns pontos”, aponta. Lutero indica, inclusive, que 90% destes problemas são causados por intervenções de terceiros: “são máquinas, às vezes alguma instalação da RGE, alguma obra. Essas são as principais situações onde ocorre de furar a rede.”
Para os reparos, os fechamentos acabam sendo necessários. O gerente relata a existência do procedimento de “estrangular o ramal”, que isola o trecho com problema para reparo sem a necessidade de fechamento do abastecimento de uma grande área. Algumas vezes, no entanto, a interrupção é inevitável. “Daí é preciso que haja compreensão dos consumidores”, pede.
Comunicação das interrupções é feita
“Eu acho que, assim como se faz com a luz, as redes sociais poderiam ser usadas para avisar com antecedência da falta d’água. Eles não avisam”, posiciona-se a aposentada Elisa Kirst. A Corsan, quando das paradas, faz o aviso somente pelos jornais e pelas rádios da cidade. O uso de uma rede social própria com essa finalidade não está nos planos da prestadora de serviços.
“Todo gestor regional tem autonomia para usar a internet com esse fim, mas nós definitivamente não faremos isso”, declara o gerente da Corsan, Lutero Fracasso. Ele atribui o posicionamento ao comportamento dos usuários das redes sociais, que transformariam a plataforma numa “rede de agressão”, com comentários ofensivos e pouco espaço para explicações e entendimento.
Lutero reforça que, levando em conta que 98% das intervenções necessárias não são programadas, sempre se busca divulgar as ocorrências aos meios de comunicação da cidade. O Jornal Ibiá, sempre que recebe este tipo de comunicado, faz a divulgação por meio do portal (www.jornalibia.com.br).
Reclamações ajudam a resolver os problemas
A gerência da Corsan reforça que a população, diante de qualquer ocorrência verificada, deve avisar a companhia para que a situação seja solucionada o quanto antes. “Nós chegamos aos casos por essas reclamações, pelo nosso aplicativo, pelos pedestres que ligam e também por meio das nossas equipes que transitam pela cidade”, aponta Lutero.
O plantão 24 horas do órgão pode ser acessado pelo número 0800 646 6444. “Assim que o registro é feito pelo atendente, eu recebo uma mensagem no meu celular com a ocorrência e logo já passamos para alguém averiguar”, diz o gerente, destacando a importância da participação.