CONSTRUÇÃO das rótulas agora depende da inclusão do projeto no processo de repasse da estrada para a iniciativa privada
São nulas as chances de a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) construir as rótulas na RSC-287 para facilitar a travessia na altura dos bairros Santo Antônio e Panorama. Também não existe a mínima possibilidade de a Prefeitura assumir o ônus, já que as obras estão orçadas em cerca de R$ 20 milhões. Porém, embora nem o Estado e nem o Município possuam os recursos, ainda existe uma chance: a inclusão do projeto no processo de privatização da estrada, em fase de elaboração.
O assunto foi tema de uma reunião promovida na Câmara, segunda-feira à noite, por sugestão do vereador Cristiano Braatz (MDB). O objetivo inicial era organizar uma grande mobilização para convencer os deputados federais mais votados na cidade a propor uma emenda de bancada ao orçamento da União. Braatz acreditava que só desta forma seria possível obter os recursos para a construção das rótulas. O legislativo enviou convites a dirigentes de 12 partidos, mas, na hora da reunião, só três estavam representados.
O vereador Joel Kerber e o secretário de Obras, Ronaldo Buss, ambos do Progressistas, elogiaram a preocupação do presidente, mas ponderaram que o objetivo da mobilização deve ser outro. Os dois estiveram recentemente com o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Otomar Vivian, e com técnicos da Secretaria de Gestão Estratégica. Nestas reuniões, confirmaram o desejo do governo de entregar a RSC-287, junto com outras rodovias, para a iniciativa privada.
Segundo Joel, até então, a cúpula do governo não sabia da existência do projeto das rótulas. “Quando passamos esta informação, foi-nos dito que, por já estar pronto, deverá fazer parte do edital. Ou seja, a empresa que explorar a rodovia já assume, imediatamente, compromisso com a construção das rótulas”, destaca.
Buss acredita que, com a concessão, virão também as passarelas. Como o processo ainda está em fase de elaboração, ninguém sabe quantos e onde serão instalados os pedágios e o valor das tarifas. O secretário de Obras acha pouco provável que Montenegro receba uma praça de cobrança, pois já existe uma na ERS-240, em Rincão do Cascalho, a cerca de 35 quilômetros do Município.
A representante do Republicanos na reunião, Diandra Lopes, demonstrou certa irritação pela baixa participação dos partidos. “É uma pena que esta chance de ajudar a comunidade não seja melhor aproveitada. Muita gente vai às redes sociais para fazer críticas, mas, na hora de contribuir, não aparece”, atacou.
O chefe de gabinete do prefeito, Rafael Riffel, reforçou a necessidade de união da comunidade em torno das melhorias na RSC-287. Para ele, o ideal seria que, semanalmente, houvesse alguma liderança política, comunitária ou empresarial pressionando, garantindo que a cidade não seja esquecida. Nos próximos dias, o prefeito Kadu irá à Secretaria de Gestão Estratégica para reforçar o interesse da cidade na agilização da concessão da rodovia, a fim de que as rótulas saiam do papel.
Saiba mais:
– A RSC-287 corta o Rio Grande do Sul no sentido leste-oeste. Tem início em Montenegro e mantém esse nome até Santa Maria. A partir dali, o nome da rodovia muda para BR-287 e seu trajeto vai até São Borja.
– Em seu traçado integral, estão Triunfo, Arroio Gil, Tabaí, Taquari, Bom Retiro do Sul, Venâncio Aires, Mariante, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Arroio Plumbs, Faxinal de Dentro, Vale do Sol, Candelária, Novo Cabrais, Paraíso do Sul, Agudo, Restinga Sêca, Santa Maria, São Pedro do Sul, São Vicente do Sul, Jaguari, Santiago e Unistalda.
– A extensão total da RSC-287 é de 241 quilômetros. A EGR administra 156 quilômetros da rodovia, entre Tabaí e Paraíso do Sul, assim como os pedágios de Venâncio Aires e Candelária, e um trecho de 7 quilômentros em Montenegro.
– No edital de concessão, que deve ser apresentado em janeiro, serão definidos os trechos privatrizados, os locais das praças de pedágio e o valor das tarifas.