Mesmo com aumento de produtos e serviços, categoria segue sem reajuste há 3 anos. Concorrência é o principal motivo
O serviço de táxi tem, muitas vezes, seu valor questionado pelos usuários. Por que em Montenegro é mais caro do que em outros municípios? Por que outros serviços têm custo inferior?
Usuário do serviço, Assis Tomaz de Oliveira explica que, ao andar em Porto Alegre, percebeu que se roda mais em trajeto e paga-se menos em comparação a Montenegro. Desta constatação, surgiu a dúvida sobre quais variáveis influenciam no preço final cobrado pelo serviço. “Mês passado peguei um táxi na rodoviária da Capital, e, até o Praia de Belas Shopping, em 15 minutos de viagem, com trânsito movimentado, paguei R$ 12,50.
Aqui do ponto de Táxi em frente ao Banrisul até a Secretaria de Saúde, na Timbaúva, 5 minutos de viagem, paguei R$ 16,50. Sem elementos para julgar se está correto ou não, gostaria de saber quais são os critérios levados em consideração para aprovação de tarifa. Não se trata de uma crítica ao profissional taxista, que trabalha honestamente pelo pão de cada dia”, pontua.
De acordo com os taxistas montenegrinos Wagner de Andrade e Roberto Nonnemacher, são diversas as variáveis que influenciam no preço final cobrado nos taxímetros. A bandeirada na cidade, atualmente, tem custo de R$ 4,40, enquanto o quilômetro da bandeira 1, R$ 3,80.
E, de acordo com eles, desde 2015 não há reajuste nos valores cobrados no município. O principal fator que influencia na decisão de não reajustar o preço é a concorrência, conforme relatam. “Quando há a necessidade de reajuste do valor, ele é calculado através de uma planilha. Ela leva em conta valor do carro, depreciação do pneu, preço da gasolina, lavagem… Envolve todos esses custos. Com o preço sugerido, é feito um ofício, com orçamentos anexados, e encaminhado à Prefeitura. De lá, o documento passa pela Receita Federal e, posteriormente, ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). E é o órgão que analisa, autoriza, faz a aferição taxímetro por taxímetro, lacra. Não tem como burlar o valor”, afirma Wagner.
Segundo os profissionais, cada município tem seus valores definidos pela categoria, conforme as características e custos de cada lugar. “Em Porto Alegre o taxímetro é mais barato porque lá eles têm gás natural, que nós não temos. A demanda também é através de Radio Táxi e aplicativos. Se o motorista sai para uma corrida, há a possibilidade, ainda, de ser solicitado por clientes no meio do caminho”, salienta Roberto.
“Em Montenegro tudo é mais caro. Eu, por exemplo, compro pneus pela internet. Em Porto Alegre, claro, que esse valor é inferior. E aqui a gasolina está a R$ 5,00. E fora que tu sai carregado e volta vazio para o ponto”, completa Wagner.
Os taxistas informam que a bandeirada, na capital, custa R$ 5,18 e o quilômetro da bandeira 1 R$ 3,26. Roberto ainda enfatiza que a necessidade é sempre oferecer um bom serviço aos clientes. “Com um bom carro, um trabalho de excelência. Isso acaba gerando um custo elevado. Mas com a sociedade em crise, como atualmente, nem se cogita uma correção”, afirma.
Eles afirmam que há bastantes usuários de táxi na cidade. “O que acontece é que muitas vezes as pessoas são enganadas por serviços não regularizados, que não são Uber. Aí o motorista faz um valor “x” para cobrar do cliente, que acaba sendo o mesmo do táxi. O maior problema hoje são os serviços clandestinos”, explica Wagner.