Data foi marcada por procissão motorizada por causa da pandemia
Pelo segundo ano consecutivo, as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus fizeram com que os tapetes e procissões de Corpus Christi fossem realizados de forma diferente. Na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, da Timbaúva, por exemplo, o tapete foi formado por doação de alimentos. Já a Paróquia São João Batista realizou, como no ano passado, uma procissão motorizada que passou por ruas e capelas da área urbana e também da zona rural.
De acordo com o padre Pedro Nicolau Schneider, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Corpus Christi tem como objetivo celebrar o Santíssimo Sacramento. “É dia de festa! A Igreja Católica faz uma festa para o Corpo de Deus”, afirmou. Como as celebrações foram afetadas pela pandemia, a comunidade realizou a doação de alimentos que serão doados pelo grupo de ação social da paróquia. “Estamos em tempo de pandemia e não podemos ir para a rua (fazer procissão), então nós transformamos esse esforço num gesto de amor”, comentou o padre sobre as doações de alimentos.
Sem poder fazer os tapetes, também houve fiéis que montaram altares em frente às capelas de suas comunidades para aguardar a procissão motorizada. Integrante da Comunidade Espírito Santo, no bairro Ferroviário, Sônia Beatriz Fagundes, 59 anos, aguardava pelo segundo ano consecutivo a passagem da procissão motorizada. “Esse ano (aguardo) com uma esperança maior. Já temos alguns sinais, como a vacina, de que vai melhorar e voltaremos à vida normal”, afirmou. Sônia também destacou que a fé é o que a impulsiona a ter mais esperanças na cura para a Covid-19 e também desperta cada vez mais um olhar ao outro através da caridade.
Além das comunidades da área urbana, a procissão motorizada – que foi dividida em duas com roteiros diferentes – também passou por capelas do interior. Em Porto dos Pereira, na Comunidade Navegantes, fiéis também aguardavam pela passagem do Santíssimo. “É importante continuar mantendo a fé e a tradição para quando tudo voltar ao normal continuarmos com isso”, comentou o coordenador da comunidade, Luiz Antônio Viríssimo, 58 anos.
Demonstração de fé num tempo de crise
Mesmo com restrições e a possibilidade de acompanhar as missas pela internet, muitos fiéis não deixaram de marcar presença nas igrejas. É o caso de João Paulo Flores da Silva, 29 anos, e Cíntia Marcieli Bock, 26 anos. Eles participaram da celebração na Catedral São João Batista com os filhos João Gabriel, três anos, e Juan, de um ano. “Para nós a fé é uma fortaleza, uma rocha. A gente pode nos momento de aflição e nos momentos de dificuldade voltar o nosso olhar, a nossa fé, para Jesus Cristo e Ele dá esse conforto”, afirmou João Paulo.
O fiel contou que durante a missa estava lembrando das dificuldades que ele e outras tantas pessoas passam no dia a dia e pediu auxílio a Deus. “Muitas vezes no nosso dia a dia a gente não se lembra que Deus está do nosso lado e que Ele está lá para nos auxiliar, para nos ajudar a passar por todos os momentos”, reforçou.
Cíntia destacou que ela e João Paulo têm Deus como o centro de sua família e por isso buscam envolver as crianças desde cedo nos ritos religiosos. “A gente tenta desde criança passar isso para eles porque é na infância que a gente aprende aquilo que a gente vai levar para o resto das nossas vidas. A fé é, para nós, a coisa mais importante”, afirmou.
Quem também demonstrou sua fé, desta vez na igreja da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, foram Jerônimo Ribeiro e Ângela Zoraia Faustino, ambos de 53 anos. “A fé é sempre algo especial, diferenciado. Ela te faz reviver a cada dia”, comentou Jerônimo. O fiel destacou que foi acometido pela Covid-19 e que sua fé a ajudou a superar a doença. Além da demonstração de fé, o casal também demonstrou empatia e solidariedade ao atender ao chamado da paróquia e realizar a doação de alimentos não perecíveis.
Celebração de Corpus Christi foi mais uma vez diferente
Em Pareci Novo, a Paróquia São José realizou missa de Corpus Christi e recebeu um número considerável de fieis, que após o momento de oração realizaram uma breve procissão até a Rua Coberta Oregino José Francisco. Infelizmente, os tradicionais tapetes não foram confeccionados.
Cristina Roveda, que é catequista na cidade, foi uma das fiéis presentes. Ela conta que já é um costume participar dos eventos da data, mas que sente falta dos clássicos tapetes. “Sempre venho, eu participo desde criança. Senti muita falta dos tapetes. Claro, as pessoas participaram do mesmo jeito, mas eu sinto falta. Não importa como é feito, tudo é em homenagem a Jesus que está voltando e vale do mesmo jeito”, afirma.
Lira Marex e Cleusa Hartmann são mãe e filha. Assim como Cristina, a maior falta notada pelas duas é a confecção dos tapetes, mas nem por isso se deve deixar de demonstrar fé. “É diferente, né? Outra forma, uma coisa mais simples. De qualquer maneira, o que vale é o que está no coração”, finaliza Cleusa.