A caminhada contra os constantes envenenamentos de animais, marcada para este sábado, 11, foi cancelada em decorrência da baixa participação popular. O ato teria início na Praça dos Ferroviários e sairia em direção à Praça Rui Barbosa. O descaso chamou atenção das organizadoras, que estão preocupadas com a falta de envolvimento das pessoas que tiveram cachorros e gatos vítimas desse tipo de crime.
A atividade foi amplamente divulgada e planejada com base no número de denúncias que chegaram até os grupos de proteção da causa animal nos últimos dois anos. A protetora independente de animais Carolina Michels comenta sobre a frustração de dedicar tempo a solucionar um problema que é de toda a comunidade e se deparar com a situação. “Existem pessoas engajadas nessa luta, que dedicam tempo buscando coibir os casos, dessa forma, chegar aqui e ter que cancelar a caminhada por falta de comparecimento da população é muito triste”, lamenta. “Nas redes sociais percebemos que as pessoas são bem mais ativas, e quando um bicho é morto com suspeita de ter sido envenenado, há uma comoção, porém, no momento de fazer algo fora da internet acontece isso”.
De acordo com a ativista, esse ano o debate teve um grande avanço graças ao empenho dos vários grupos como a Amoga, Katami e Cachorreiros e Gateiros de Montenegro. Graça à movimentação das entidades, a partir de agora, quando houver morte por suspeita de envenenamento e for encontrado algum tipo de material junto, o proprietário do animal pode recolher e levar o objeto na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) para análise. “Nos reunimos com a Polícia Civil e através do Setor de Investigação conseguimos dar esse passo importante com as análises de provas e, consequentemente, achar um responsável pelas atrocidades”, explicou Carolina.
Mesmo diante do cancelamento da caminhada que tinha como objetivo conscientizar a população sobre a importância de registrar o Boletim de Ocorrência, as únicas participantes que se deslocaram até a Praça dos Ferroviários aproveitaram para distribuir panfletos. “Precisamos juntar forças e impedir que mais casos aconteçam, mas para isso, a população precisa fazer o BO para que as autoridades possam criar uma linha de investigação e chegar a um possível suspeito”, salienta a ativista.