Grupo Cáritas: uma corrente de empatia e amor

Através das ações desenvolvidas pelo movimento, famílias carentes recebem ajuda

Semanalmente, um grupo de mulheres se reúne para compartilhar diferentes histórias de lutas, algumas risadas e muita superação. Através das ações desenvolvidas pelo Grupo Cáritas, no bairro Timbaúva, voluntárias e cadastradas encontram uma forma de apoio mútuo que ultrapassa diversas barreiras, dando origem a uma corrente de solidariedade, afeto e muito companheirismo.

Criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Cáritas é formado basicamente por mulheres que trabalham voluntariamente promovendo o protagonismo de grupos e comunidades. Através das ações, buscam estimular a inclusão e transformação social. É com esse objetivo que diferentes mulheres se encontram pelos menos duas vezes por semana para somar forças e ajudar algumas famílias carentes em Montenegro.

Voluntária da Cáritas há 15 anos, Neuza Barcelos conta que passou a integrar o grupo depois de ser convidada por uma amiga. “Hoje em dia ela nem participa mais, e eu continuo porque me sinto bem em poder ajudar as pessoas e por saber que, de alguma forma, todo mundo precisa um do outro”, revela. “Até conhecer as ações do grupo, eu não imaginava que existia gente em condições tão difíceis e isso me ajudou a enxergar a sociedade de outra maneira”, disse a voluntária.

No grupo, cerca de 12 mulheres se responsabilizam pela realização das atividades na paróquia. Nas quintas-feiras, são desenvolvidas oficinas de artesanato onde as mulheres cadastradas produzem tapetes, almofadas, remendos, entre outros trabalhos, como a preparação das roupas para o brechó da Cáritas. Todo o valor arrecadado é revertido em cestas básicas destinadas a cerca de 30 famílias carentes e, também, para aqueles que procuram o grupo eventualmente.

Apesar da ajuda contemplar famílias inteiras, são as mulheres que estão à frente de todo o processo, como Geni Silveira, 50, que há dois anos recebe ajuda para ela e os dois filhos. “Esse apoio é fundamental e faz toda a diferença nas nossas vidas”, dispara a dona de casa, que participa das oficinas do grupo. “O melhor de tudo é que uma aprende com a outra e essa convivência nos faz bem, independente das nossas diferenças, construímos uma amizade muito saudável. Uma prova disso é quando nos encontramos nas quintas-feiras, sempre estamos com saudades, e se uma não estiver bem, alguém já percebe e chama para conversar”, salienta Geni.

Para a dona de casa, entidades como o Grupo Cáritas cumprem um papel muito importante na sociedade, uma vez que as políticas públicas não conseguem chegar a todos os lugares como deveria. “Eu moro no bairro Aeroclube e infelizmente a realidade por lá é muito difícil. Falta de tudo, por isso, é bom poder contar com o apoio de pessoas que se preocupam com o próximo como a Cáritas faz, somos como uma grande família”, completa Geni.

“O Estado está muito aquém do que deveria oferecer…”
Desenvolver um trabalho social sempre esteve entre os desejos da aposentada Leonilza Bulgarelli, que encontrou no Grupo Cáritas a oportunidade de poder ajudar outras pessoas. Há 4 anos se dedicando às ações da entidade, ela comenta que as necessidades das famílias carentes vão muito além de coisas materiais.

“Nós [voluntárias] nos deparamos com as mais diferentes histórias, mas em algumas notamos que, para além de necessidades básicas, também existe uma carência afetiva e emocional por parte das pessoas que nos procuram”, conta Leonilza. “Infelizmente o Estado está muito aquém do que deveria oferecer, então a Cáritas, através da Igreja, busca desenvolver esse trabalho social para ajudar os mais necessitados”, completa.

No ano passado, foram doados por semana cerca de 120kg a 140kg alimentos pelo grupo, na Timbaúva. Para atender toda a demanda, a entidade também conta com doações de diversos estabelecimentos, que colaboram na montagem das cestas básicas.

Pastoral do Idoso e Grupo Cáritas se reúnem
Como parte da programação da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, ocorreu na tarde da última quinta-feira, 11, o encontro mensal da Pastoral do Idoso com a participação do Grupo Cáritas, que sempre acontece na primeira quinta-feira de cada mês. Durante o evento, além de brincadeiras, coffee break e muita descontração, o público também assistiu a uma palestra ministrada pelo padre Alexandre Baptista de Oliveira, que abordou o tema da Campanha da Fraternidade de 2019 “Serás libertado pelo direito e pela justiça”.

Com diferentes histórias e realidades sociais, Neuza Barcelos e Geni Silveira se unem em um apoio mútuo que se transformou em amizade

“Pensando um pouco na Quaresma, tempo de penitência, conversão e misericórdia, é preciso pensar sobre as obras vividas. Além de receber misericórdia, também necessário refletir sobre a importância de praticá-la com o próximo”, destacou o padre. “Existem muitas maneiras de se fazer isso, seja em casa, na rua, na igreja, na vizinhança, ou em qualquer outro lugar, basta ter empatia se colocar no lugar do outro”, observou.

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