Cães de rua geram transtornos a moradores

Espalhados pela cidade ou em lares provisórios, os animais são alvo de constantes reclamações

Não é preciso andar muito para notar a grande população de cachorros de rua presente na cidade. Seja no Centro de Montenegro ou em bairros mais afastados, a reclamação é sempre a mesma: o incômodo que os bichos causam. Latidos, lixos revirados, ataques a moradores e até proliferação de insetos são reclamações constantes. Na rua Recife, do bairro Germano Henke, a principal queixa dos moradores está relacionada ao ataque aos pedestres, que, segundo relatos de quem circula pela área, acontece a qualquer momento.

Sem donos, é cada vez mais comum cenas de cachorros circulando livremente pelas ruas do município à procura de comida, água ou, simplesmente, de alguém que lhes dê um pouco de atenção. Nesse cenário, alguns vão se aglomerando e passam a oferecer risco à população, como conta a dona de casa Adelaide Souza Pinto, moradora do bairro. “Eles nunca me morderam, mas quando a gente passa pela rua tem que ter cuidado, porque eles começam a latir e nunca se sabe o que pode acontecer”, relata a moradora, destacando que “tem que pisar fino” para não levar uma mordida.

Entre os animais que se tornaram alvo das queixas, estão alguns da cuidadora Elisete Isabel Cavaleiro, que é moradora da rua. “A maioria dos cachorros que tenho, eu peguei porque foram abandonados ou deixados aqui. Como são muitos, às vezes solto um pouco eles, mas nunca ocorreu de eles avançarem em alguém”, disse a dona de casa, que possui sete cachorros.

“É uma situação muito complicada, porque sei que tem gente que não gosta de cachorro e se incomodam com a presença deles. No entanto, eu cuidando ou não, o problema de abandono de animais vai continuar existindo e a responsabilidade é de todo a população”, frisa a dona de casa. “Não tenho muitas condições financeiras, mas tento ser mais humana cuidando desses que aparecem por aqui, sendo que isso é papel do poder público”, salienta a cuidadora, acrescentando que a única castração que conseguiu para os animais sob sua tutela foi pela Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais (Amoga).

Do outro lado da cidade, o problema é o mesmo. Na rua Valter Valter Baungartner, no bairro Timbaúva, moradores também reclamam da população canina abandonada e, principalmente, de um lar de provisório que possui uma grande quantidade de cães. “O caso mais grave é a falta de higiene e barulho que os cachorros fazem”, disse uma moradora que preferiu não se identificar, acrescentando que já denunciou a situação para a Prefeitura e, até agora, nada foi feito.

Conforme relatos, além do odor das fezes dos animais presentes no pátio da casa e dos latidos constantes, outra grande preocupação é a proliferação de moscas se multiplicam em dias mais quentes e ameaçam a saúde da vizinhança. A reportagem do Jornal Ibiá esteve por duas vezes no local, mas não conseguiu contato com a proprietária.

Falta conscientização, afirma Amoga
Com um trabalho voltado para a causa animal dentro de Montenegro, a Amoga, junto de outras entidades, busca amenizar os índices de abandono que desencadeam tantos outros problemas na cidade. Para a presidente da Amoga, Luiza Kimura, a falta de conscientização da população com seus animais é o maior desafio de todos. “Na frente de tudo isso tem uma pessoa que abandonou, não cuidou, deixou procriar e jogou o bicho na rua. Assim, é importante que a comunidade tenha consciência e responsabilidade”, enfatiza Luiza, destacando a castração como uma das melhores alternativas frente ao problema.

Na tentativa de resolver partes da situação dos animais abandonados, no inicio deste mês foi encaminhado para a Câmara de Vereadores de Montenegro um Projeto de Lei da Prefeitura que pretendia alterar o Código de Posturas do município. No texto, o projeto pretendia acrescentar que não seria permitida a criação e manutenção de animais em zona urbana do município, se eles estivessem causando problemas de mau cheiro, incômodo à vizinhança ou proliferação de outros animais, como moscas, baratas e ratos. Duramente criticado por abrir possibilidade de excessos, o projeto não agradou os defensores da causa animal e foi retirado para ser melhor avaliado.

O que diz a Prefeitura
Questionada sobre o que tem feito para lidar com o cenário de abandono de animais e com as reclamações dos moradores, a Prefeitura Municipal disse, através da Diretoria de Fiscalização de Obras e Posturas, que fiscaliza e autua quanto às questões de falta de higiene no pátio, através de denúncias que podem ser feitas via telefone, ouvidoria ou presencialmente.

Sobre o andamento do projeto, a Administração afirma que será necessário ouvir o Conselho Municipal de Proteção aos Animais (COMUPA) e, de forma conjunta, estabelecer as mudanças necessárias para que se ajuste o texto e atenda as demandas existentes. Ainda, sobre este tema, de acordo com a SMMA, está em andamento o projeto para castrações de animais e a cessão do terreno para o Conselho Municipal de Proteção aos Animais.

Onde reclamar
DFOP:
Telefone: 3649-8234
E-mail: [email protected]
Rua João Pessoa, 1388

OUVIDORIA:
Telefone: 3649-8290
E-mail: [email protected]
Rua João Pessoa, 1363 – Centro
Secretaria Municipal de Meio Ambiente:
Telefone: 3649-1829 / 3649-5678
E-mail’s:
[email protected];
[email protected]

Rua Apolinário de Moraes, 1705 – Centro

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