Ações sociais. Sob nova direção, a entidade trabalha para ampliar receitas a fim de ajudar na manutenção da sede
Mais do que um lugar de resistência, a Associação Cultural Beneficente Floresta Montenegrina é um espaço de cultura, de produção de conhecimento e movimento. Com um grande salão e mezanino disponíveis para uso da comunidade, a nova diretoria pretende trazer mais projetos sociais e educativos para o local. A psicóloga Letícia Silva dos Santos, 40 anos, nova presidente da associação, explica que a ideia é transformar o espaço em um lugar “mais vivo”, com maior circulação de pessoas e participação da comunidade.
“Para que artistas locais, artesãos, grupos de teatros, debates e seminários se apropriem [da sede]. Abrir para outras iniciativas, movimentar a cultura em suas diversas manifestações. A Floresta sempre contribuiu de forma significativa em questões sociais e educativas de Montenegro e está de portas abertas. ‘Vem que a casa é nossa’ é a campanha”, destaca.
Com 101 anos, muita história e tradição, a Associação Cultural já teve outro endereço (em 1910, por exemplo, era localizada na Ramiro Barcelos) e tem a sede atual construída graças ao esforço e à contribuição de seus associados e parceiros. Porém, ainda é preciso verbas para reformas e manutenção do local. Eventos de arrecadação, aulas e festividades, assim como locação do espaço, são algumas formas através das quais a entidade se mantém. E diversas melhorias foram conquistadas durante o centenário, segundo a presidente, como a colocação de telhado após um longo período em que esteve descoberta.
“Promovemos há 22 anos a festa de Dia das Crianças e tradicionalmente, há 50 anos, o Sábado dos Amigos. Já mudou de nome, mas vai se reinventando. Queremos manter essa tradição, passando para novas gerações, e agregar outros projetos contínuos. Há essa preocupação com a longevidade dos programas para um resgate histórico e cultural. Temos também uma parceria com a Pastoral da Criança, e o encontro mensal de pesagem é realizado aqui, sempre no último sábado do mês”, afirma.
Disponibilidade de horários
Para quem possui um projeto social, comercial ou educativo e precisa de espaço para colocá-lo em prática, essa é uma boa oportunidade. Em uma proposta intitulada “Ocupa Floresta”, para formalizar parcerias, retomar contatos e angariar mais sócios, os horários disponíveis são de segunda a quinta-feira de manhã, tarde e noite. “Sextas apenas pela manhã. Nos turnos da tardes e noite não há disponibilidade, assim como sábados e domingos. Nesses dois dias alugamos a associação para festas”, salienta a atual gestora, Letícia Silva dos Santos.
Com o fechamento de novas parcerias, há a possibilidade de arrecadações para melhora e manutenção da sociedade. “Em maio teremos a primeira parceria: um evento de comemoração ao aniversário de Montenegro com MC Pedrão. E aqui é um lugar de manifestação, de resistência e cultura da mulher, da negritude. Queremos chamar a população para debater. O maior empecilho é, sem dúvida, a falta de verba. Nesse sentido, queremos organizar. E [queremos] muito ver esses projetos acontecendo”, ressalta Letícia.
Contatos através dos telefones 998051873, com Paulo Sérgio dos Santos, 997818626, com Elizabete Milanez ou 982419974, com Letícia.
Trabalhos na comunidade
Muitas famílias participam por gerações dos encontros e atividades da Associação Cultural Beneficente Floresta Montenegrina. E dali saíram iniciativas importantes, como o projeto com escolas municipais e estaduais sobre a cultura negra.
Solange Teresinha de Souza Pereira e Inês dos Santos fazem palestras tendo por base vídeos didáticos e educativos e, além disso, apresentam às crianças e jovens livros sobre o tema. Com amplo material disponível na casa, Solange também conduz oficinas de artesanato com confecção de bonecas.
Vice-presidente na nova gestão, Paulo Sérgio dos Santos, 60 anos, relembra com carinho da sociedade. Ele cresceu frequentando o local. “E minha mãe me amamentou aqui dentro. Nos dias de eventos, tinha um quarto disponível para as mães deixarem seus filhos enquanto participavam. Ela vinha em alguns momentos me alimentar”, recorda.