Aplicativo deve humanizar a busca por filhos adotivos

O sistema de adoção ganhou uma ferramenta para facilitar a aproximação entre crianças e adolescentes com pessoas habilitadas a adotá-los. O “Aplicativo Adoção” traz informações que vão além dos dados básicos, incluindo fotos, vídeos, cartas e desenhos. O objetivo é promover adoções daqueles menores que fazem parte da maioria do perfil disponível, mas normalmente não são as mais buscadas: adolescentes, grupos de irmãos e jovens com deficiência.

A ferramenta é uma iniciativa do Poder Judiciário, em parceria com o Ministério Público do Estado e a PUCRS, e foi lançada na última sexta-feira, dia 10. As informações disponíveis através do aplicativo devem humanizar a busca por um filho adotivo, pois mostram melhor o perfil, não se limitando a fornecer idade e sexo. A expectativa é que as pessoas sejam mais flexíveis na sua busca, mudando estatísticas, como a que consta no Cadastro Nacional de Adoção (CNA): no Rio Grande do Sul, há 1.419 menores esperando para serem adotados e, na outra ponta, 6,2 mil candidatos dispostos a ter filhos do coração.

“É uma excelente ferramenta de aproximação dos pretendentes à adoção, tendo em vista a facilidade de acesso ao perfil das crianças e adolescentes”, analisa a juíza da Segunda Vara e do Juizado da Infância e Juventude de Montenegro, Deise Fabiana Lange Vicente. Ela acredita que esse sistema despertará o interesse por esses grupos de crianças e adolescentes, que são a maioria entre os menores para serem adotados, mas não representam o perfil de maior interesse das pessoas que estão no CNA. “Se espera que sim, pois muitas vezes a imagem e o perfil da criança e adolescente despertam o interesse e a aproximação dos habilitados”, opina.

Na Comarca de Montenegro, há dois meninos com 14 anos, outros dois com 12 anos e uma garota com 13. “É necessário registrar, que as crianças menores, com processo de destituição em andamento, já foram encaminhadas para famílias substitutas, sempre respeitando a lista do CNA, com a observação de que somente poderão permanecer com a guarda e requerer a adoção, em caso de procedência da ação”, explica a juíza.

Qualquer cidadão pode baixar o aplicativo, mas somente pessoas incluídas no CNA terão acesso aos vídeos e outras imagens restritas e, mesmo assim, terão que se cadastrar e solicitar senha de acesso. Os cidadãos em geral podem baixar o aplicativo, mas com alcance somente às informações básicas – idade, sexo e se há irmãos – sem identificação das crianças e adolescentes. A ferramenta, disponível na versão Android e  IOS, pode ser baixada na loja da Google Play e Apple Store.

Cadastro Nacional de Adoção
– 44.224 pretendentes cadastrados
– 21.551 (48,65%) aceitam crianças e adolescentes de qualquer raça;
– 8.347 (18,87%) aceitam crianças com até 3 anos de idade;
– 165 (0,37%) aceitam crianças e adolescentes com até 13 anos
– 9.014 crianças e adolescentes cadastradas
– 2.337 (25,93%) com problemas de saúde
– 5.176 (57,42%) crianças e adolescentes possuem irmãos

No Rio Grande do Sul
– 6.279 (14,2%) famílias que pretendem adotar uma criança ou adolescente
– 1.419 crianças e adolescentes à espera de um novo lar

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