Aos 107 anos, seu Canica pede churrasco para celebrar o Dia dos Pais

Data especial. Comemoração será diferente neste ano, mas não menos significativa

O Dia dos Pais é uma data que representa a união das famílias para celebrar. Em 2020, devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, muitas famílias não poderão estar reunidas neste domingo, 9. Na casa da família Ferreira a comemoração será diferente, mas não menos especial neste ano. Aos 107 anos e prestes a completar seu 108° aniversário, João Osvaldo Ferreira, mais conhecido como ‘seu Canica’, fez um pedido específico ao filho para celebrar o Dia dos Pais.

Seu Canica, que adora comer purê de batata, polenta com leite e laranja, solicitou ao filho Pedro Carlos Ferreira, de 72 anos, um almoço especial para este domingo. “Gosto de churrasco. Todo domingo tem que ter”, afirma. A nora Ereni da Silva Ferreira, que cuida de Canica, resume: “Ele come de tudo. Não abre mão do tradicional churrasco aos finais de semana”.

No dia 16 de setembro, seu Canica completa mais um ano de vida. Apesar da pandemia não permitir aglomerações neste momento, as datas especiais nunca passam em branco na residência da família Ferreira. “Sempre fazemos alguma comemoração, um churrasquinho. Todos os anos, os filhos vêm para cá no Dia dos Pais, organizamos festa de aniversário, mas neste ano vai ser diferente. Tudo será celebrado por ligação”, lamenta o filho Pedro.

Por falar em ligação, o telefone celular precisa estar sempre com a bateria cheia, pois a família é grande. Canica tem cinco filhos (uma já falecida), 25 netos, 50 bisnetos, 22 tataranetos e um tetraneto.

Aposentados, Pedro e Ereni dificilmente saem de casa (principalmente neste ano, por causa da pandemia) e cuidam de Canica como se fosse um filho. Inclusive, ele não considera Ereni apenas sua nora. “Ele diz que sou uma mãe pra ele. E além de nora, me considera uma filha. E pra mim, ele é como um pai”, declara.

Há mais de 20 anos seu Canica perdeu completamente a visão. Hoje, precisa de apoio para caminhar. A audição já está bastante comprometida, mas nada disso impede que ele se comunique e relembre histórias. “Na guerra, eu me escondia nos matos com meu pai e buscava sobreviver”, conta ele, que passou por duas guerras. “Ele adora conversar e é muito calmo, fica faceiro quando as pessoas vêm e conversam com ele”, ressalta Ereni.

Nos últimos dias, Canica pegou um resfriado, devido à troca constante de temperatura no Estado. Apesar disso, ele dificilmente tem problemas de saúde, revela Ereni. “Todos os anos ele pega uma gripe nesta época do ano, mas sempre passa rápido. Redobramos os cuidados. Nos dias mais frios, dou banho nele na cama. Ele não gosta muito do inverno”, frisa.

Ereni, Canica e Pedro valorizam mais um Dia dos Pais juntos

O gosto pelos esportes e a origem do apelido
Canica sempre gostou de praticar esportes. Craque e campeão na bocha, também participava de corridas de cavalo e, na escola, passava boa parte do tempo brincando de bolinha de gude. Vem daí o apelido. “Estava sempre jogando bolita, um dia os colegas passaram a me chamar de Canica e pegou”, recorda.

Torcedor do Inter, não abre mão de saber os resultados do time do coração, independente da competição ou do adversário. “Quando ele não escuta e acompanha o jogo ao vivo, quer saber o placar no dia seguinte”, diz Ereni.

Engana-se quem pensa que a longevidade de Canica se dá pelos cuidados rigorosos com a saúde. Apesar disso, o filho Pedro lembra que o pai bebia apenas aos finais de semana. “Ele sabia controlar bem isso. Até hoje, ele dá umas bicadas na cerveja às vezes, mas já não gosta muito. Prefere chimarrão e toma bastante água. Quando mais novo, ele pegava muito frio, agora que está se cuidando mais”, pontua.

A alimentação também está mais regrada atualmente. Contudo, seu Canica não gosta de passar vontade. Por isso, no próximo domingo, ele será presenteado com um churrasco especial feito pelo filho Pedro, que também é pai (de seis filhos) e estará comemorando a data especial.

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