Alto custo impede as farmácias de atenderem de madrugada

Posicionamento foi unânime entre as empresas consultadas da cidade. Questões de segurança também foram apontadas como causa por gestores

Em várias cidades, como Portão e Sâo Leopoldo, por exemplo, os moradores dispõem de estabelecimentos abertos 24h por dia. A farmácia, um estabelecimento indispensável à população, integra esta lista. Em Montenegro, porém, essa ainda não é uma realidade. Os altos custos e questões de segurança são os principais apontamentos de gestores quando o assunto é o turno estendido à noite.

De acordo com a coordenadora da farmácia da Unimed, Juliani Hansen Motta, há alguns anos, o sistema de funcionamento do estabelecimento era 24h. “Por aproximadamente dois anos, manteve-se assim. Mas o movimento era muito baixo, de duas pessoas por noite”, salienta.

Os altos custos para manter a unidade aberta, com cobertura de farmacêutico, exigida em lei, tornaram a continuidade do funcionamento estendido inviável, conforme explica Juliani. Atualmente o estabelecimento encerra o expediente às 23h. “Também há a questão toda da segurança. E como estamos ao lado do pronto atendimento, emergência da Unimed, caso o paciente precise, já sai medicado de lá”, salienta.

Dulce Appel, proprietária da Drogaria Progresso, relata que, por certo período, a farmácia também atendia no período noturno. Contudo, ela destaca que é mais difícil a contratação de funcionários para esse turno. “Além disso, é necessário manter um profissional farmacêutico, que também não é barato. Hoje, nosso horário é até as 22h”, explica.

As justificativas são unânimes entre os gestores e proprietários de farmácias. Rafael Kirch, um dos proprietários da Farmácia Montenegro, informa que das 7h30min às 20h o estabelecimento está aberto para receber seus clientes. “Há alguns anos, o fechamento era às 21h. Mas manter aberto por mais tempo envolve um custo alto e, por enquanto, não pensamos em estender as atividades. O horário das 20h é bom, com um bom fluxo de movimento. E excedê-lo torna-se perigoso, principalmente no inverno”, termina.

Projetos futuros
De acordo com Mario Ederson Fragoso Falcão, gerente farmacêutico da São João, unidade localizada na esquina da Ramiro Barcelos com a rua Olavo Bilac, de segunda-feira a sábado, o atendimento da filial é até as 23h. Em domingos, o fechamento ocorre uma hora antes, 22h. Segundo o gestor, a definição de horários de funcionamento fica a encargo dos diretores gerais da rede. “Em dezembro, que é um mês atípico, ficamos até a meia-noite. E tem um projeto em estudo, sobre a possibilidade de um plantão de 24h. Mas é necessário adequar tudo à legislação”, informa.

Mario confirma que os custos envolvidos nessa decisão são altos, principalmente pela necessidade de contratação de mais farmacêuticos e do salário mais alto pago a colaboradores noturnos. “Atualmente, dois farmacêuticos trabalham aqui. Em março, mais um fará parte da equipe, pela necessidade dos turnos. E, em caso de um plantão, outro turno de abertura da farmácia, mais um profissional da área teria que ser contratado”, conclui.

Gerente e proprietário da Agafarma, Cézar Roveda Coelho afirma que a farmácia fecha às 19h e não há previsão de alterar o horário. “A cidade para depois das 18h30min, 19h. Pelo menos nessa altura da Ramiro Barcelos, o movimento diminui muito. Se eu decidisse, hoje, que faria 24h, precisaria contratar outro farmacêutico, porque é necessário para que o estabelecimento possa ficar aberto. E só o piso desse profissional é R$ 3.200,00”, conclui.

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