São três os pontos onde ocorre a paralisação de caminhoneiros em Montenegro desde terça-feira, dia 7. Manifestantes estão reunidos e angariando apoio de demais motoristas na rótula da ERS-240 com a ERS-124, a rótula da AmBev; no quilômetro quatro da RSC-287, no posto Bark’s; e no entroncamento da ERS-124 com a estrada Antônio Inácio de Oliveira Filho, conhecida como acesso para a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
Uma das lideranças do movimento junto à rótula da AmBev, Luciano Fortes disse que a ação no local mudou nesta quinta-feira, dia 9. Antes, os caminhões parados ficam ali durante o dia e eram liberados para voltar para casa à noite. Agora, o sistema será diferente. “Daqui para frente, quem chega aqui ou retorna na hora para casa ou fica aqui com nós até o final do protesto”, afirmou. A exceção é feita para veículos cujas cargas sejam medicamentos, inflamáveis ou perigosas, perecíveis e vivas ou ração para animais. O manifestante também espera que a população se junta ao movimento.
Questionado sobre um possível fim da paralisação, Luciano disse não haver previsão. “Nós só vamos sair daqui quando meu irmão disse que nós podemos sair”, comentou. O irmão do caminhoneiro participa da manifestação em Brasília e afirmou para Luciano que lá segue a paralisação. Uma das pautas defendidas pelo grupo reunido na rótula da AmBev é a destituição do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusivo havendo faixas contra os ministros e a favor do presidente Jair Messias Bolsonaro.
A reportagem também questionou Luciano sobre o áudio do presidente Bolsonaro e o vídeo do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pedindo o fim da paralisação que circulam pelas redes sociais desde a noite de quarta-feira, dia 8. O caminhoneiro alegou que tanto o áudio quando o vídeo seriam antigos e relacionados a uma manifestação ocorrida em 2019. No entanto, no vídeo gravado por Tarcísio com o pedido para o fim da paralisação como forma de não afetar mais ainda a economia brasileira é citada a pandemia – que teve início em 2020 – como uma das causas da alta dos preços.
No protesto junto ao acesso para a Unisc, há outro objetivo. Ali, segundo Tony Anderson Simas, um dos líderes do ato, a manifestação é contra a alta no preço dos combustíveis e dos alimentos e a alta carga de impostos. “Quero que todo mundo esteja ciente que não é politicagem”, enfatizou. “O combustível, hoje, aqui nós estamos pagando R$ 4,50 o diesel. Não tem como nós trabalhar”, ressaltou o caminhoneiro.
Diferente do que ocorre na manifestação da rótula da AmBev, no protesto junto ao acesso à Unisc estão sendo barrados caminhões de combustível e gás. “Hoje (quinta-feira) é parcial. Para (o caminhão) duas horas e libera. A partir de sexta-feira não libera mais. Parou, parou mesmo”, alertou Tony.