Ato de lançamento contou com presença de campeões olímpicos e nacionais
Revisitando o passado glorioso para atingir um futuro igualmente vencedor, foi dessa forma que o projeto “Vôlei transforma” foi lançado em Montenegro. O ato de lançamento da ação foi realizado num local já simbólico tanto pelas conquistas presenciadas quanto pelo nome que carrega: o Ginásio Cilon Orth, no Clube Riograndense. Na noite de quarta-feira, dia 24, reuniram-se ali para um jogo festivo os campeões olímpicos Gustavo Endres e Hélia Rogério de Souza Pinto, a Fofão, bem como atletas que fizeram sucesso no vôlei nacionalmente e outros que colocaram Montenegro na história do vôlei gaúcho na década de 1980 e 1990 defendendo os históricos times da Frangosul e do Riograndense.
O “Vôlei transforma” é um projeto que segue a metodologia do atleta gaúcho campeão olímpico da modalidade Gustavo Endres, que também faz o acompanhamento. Através dele, crianças e adolescentes de 10 a 17 anos poderão não apenas desenvolver a habilidade esportiva, mas também formarem-se cidadãos através dos princípios e valores do esporte. Por meio da ação, mais de 100 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social da Cidade das Artes e outras 100 de São Sebastião do Caí terão aulas de vôlei ao longo de 2022. Informações como inscrições, local e data de início das atividades ainda serão divulgadas.
Segundo Gustavo Endres, o projeto já conta com uma versão piloto em Canoas. Lá, também são cerca de 100 crianças e adolescentes atendidos, com o “Vôlei transforma” cobrindo custos da comissão técnica e outros. Para tanto, a ação conta com o apoio de empresas. Em Montenegro e São Sebastião do Caí, o projeto é financiado pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) e conta com patrocínio das empresas John Deere, Conservas Oderich e Max Ferramentas. O projeto foi criado pela empresa Re.turn em parceria com a Idealize Consultoria em Projetos e é executado pela Associação de Pais e Amigos do Vôlei (APAV), coordenada por Gustavo Endres e Almir Beltrame.
O ato de lançamento do “Vôlei transforma” e seu jogo festivo contou com apoio da Prefeitura de Montenegro, do Clube Riograndense e do Banco do Brasil, e atraiu um grande público ao Ginásio Cilon Orth.
Uma chance de reviver glórias passadas
Para os montenegrinos presentes, principalmente os ex-atletas que fizeram parte de conquistas históricas para a cidade nos anos de 1980 e 1990, a noite foi de emoção e trazia a sensação de que é possível fazer Montenegro voltar a viver suas glórias no voleibol. Presidente do Clube Riograndense e ex-atleta bicampeão estadual pelo clube na década de 1980, Leomar Hommerding destacou que o desenvolvimento do projeto pode ser uma retomada da gloriosa história de Montenegro no vôlei.
Leomar enfatizou que essa possível retomada ocorreu no ginásio que leva o nome daquele que deu início à história que marcou a Cidade das Artes no vôlei: Cilon Orth. “É o cara que brigou com todas as forças para transformar o vôlei em Montenegro, para criar, na verdade, o vôlei em Montenegro. Ele e o Celso, o irmão dele”, comentou.
Durante o ato, o ex-atleta bicampeão estadual pelo Riograndense Fernando Oliveira lembrou da história do vôlei em Montenegro e da importância de Cilon Orth para ela. Ele fez questão, ainda, de parabenizar a iniciativa do “Vôlei transforma”.
A possibilidade de o projeto ser um ponto de encontro entre o passado e o futuro foi abordada pelo prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta. O chefe do Executivo contou que falar em vôlei na cidade lhe remete a lembranças de sua infância e reforçou que o projeto “Vôlei transforma” é fruto da união de forças e que espera que ele gere grandes oportunidades às crianças e adolescentes de Montenegro. “Parabenizo estes patrocinadores que estão promovendo a inclusão com a prática esportiva. É um dia muito feliz para todos nós”, disse.
Projeto é uma forma de retribuir ao esporte, diz Gustavo Endres
Em entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá, o campeão olímpico Gustavo Endres revelou que o vôlei foi um fator transformador na sua vida e, agora, busca retribuir isso. “Uma das minhas missões particulares é isso: devolver ao voleibol tudo o que o voleibol me deu”, reforçou. Ele relatou que iniciou aos 11 anos praticando na escola o esporte pelo qual se consagraria.
O central também teve apoio de familiares para desenvolver o gosto pelo voleibol, com seus tios o levando para o ginásio quando iam jogar vôlei e brincavam com ele após os jogos. “Acho que a família é muito importante para incentivar e, com isso, eu aprendi tudo o que aprendi com o voleibol”, conta.
Sobre a chegada do projeto do qual faz parte, Gustavo Endres contou que chegou a Montenegro e São Sebastião do Caí através da Idealize Consultoria em Projetos. “Como a gente conseguiu ter um sucesso nesse primeiro piloto que está sendo executado em Canoas, a gente teve a ideia de, porque não, trazer para esse projeto ao berço do voleibol gaúcho que é Montenegro, junto com São Sebastião do Caí”, contou. Para ele, foi um grande acerto vir para a região, destacando e agradecendo o apoio das empresas que toparam participar do “Vôlei tranforma” através da dedução no Imposto de Renda.
A vinda para a Cidade das Artes também fez com o campeão aprofundasse seu conhecimento sobre a história do vôlei em Montenegro. “Em pouco (da história) eu conhecia. Agora estão me contando algumas coisas mais. É uma história muito rica”, comentou. Ele ressaltou, ainda, a carreira de Cilon Orth. Inclusive, durante todo o encontro Gustavo Endres parecia estar em casa, conversando com os antigos atletas históricos locais e revendo amigos como o filho do próprio Cilon Orth, Jefferson Orth, o Jeffe, com quem atuou.
Fofão destacou importância para além do esporte
A campeã olímpica de voleibol Fofão entende que o esporte pelo qual ela alcançou altas glórias transformou sua vida da forma mais positiva possível. “Acho que (o esporte) conseguiu fazer com que eu me tornasse uma pessoa melhor. Eu acho que essa transformação, a gente que chega em algum lugar, a gente tenta passar isso”, comentou. Segundo a atleta, é importante não apenas o esporte, mas também os valores que ele traz consigo.
Iniciada no vôlei aos oito anos, Fofão disse acreditar que quando se descobre algo que se gosta se começa a fazer essa atividade com mais vontade e dedicação. “Desde os oitos anos eu comecei a descobrir que, realmente, eu ia para o esporte e decidi que ia ser o voleibol”, contou. Ela reforçou, ainda, a importância da mulher tomar o seu espaço na sociedade e no esporte e incentivar a prática para que novos talentos femininos apareçam. A campeã olímpica disse, ainda, ter certeza que o projeto do qual participou do lançamento formaria não só atletas, mas também pessoas melhores.