Skatista busca em Santa Catarina o apoio que não encontra aqui

Alto nível. Montenegrino participa do Bamboo Skate Contest neste domingo

A lesão no ombro esquerdo ainda incomoda bastante, mas o skatista Guilherme de Azevedo vai fazer da dor um incentivo a mais no Bamboo Skate Contest, competição que acontece neste domingo, em Gaspar, Santa Catarina. O montenegrino viaja na tarde desta sexta-feira para o local do torneio, que envolve grandes skatistas do país e oferece bons prêmios em dinheiro para os vencedores, mas não é esse o principal objetivo de Guilherme.

Em Santa Catarina, o atleta de Montenegro deixa a premiação em segundo plano e tem como meta chamar a atenção de olheiros e empresários para seguir crescendo no esporte. “A premiação financeira é muito boa, mas lá vale mais que isso, vai além de conseguir um lugar no pódio. Bater de frente com alguns dos melhores do país já é uma grande conquista. A vivência e a divulgação do trabalho contam muito. Vai muito olheiro e empresário acompanhar este campeonato”, ressalta.

Atleta montenegrino ainda se recupera de lesão no ombro esquerdo

Guilherme está ciente que encontrará grandes adversários no Bamboo Skate Contest. No entanto, a maior dificuldade para ele se encontra em Montenegro. “Os catarinenses são muito bons. Atletas de alto nível do nosso Estado também vão, inclusive o tricampeão gaúcho Alexandre Chaveiro. Mas na verdade, as piores dificuldades são a falta de apoio e o descaso com o esporte na nossa cidade. A maior dificuldade que tenho encontrado é a falta de suporte”, frisa.

Sem uma pista em boas condições para treinar em Montenegro e sem apoio para competir em grandes campeonatos, Guilherme pede que as autoridades olhem com carinho para os skatistas da cidade. “Nossa pista vai muito mal, sem reparos, está se desintegrando. É meu berço, meu quintal. Estou vendo-a sem luz, sem condições apropriadas para a prática. Isso torna difícil para outros atletas, até mesmo para os skatistas que estão começando e querendo evoluir no esporte”, lamenta.

De acordo com Guilherme, ainda existe preconceito sobre o skate, e é isso que pode fazer com que o Município deixe o esporte de lado. “A gente ainda encontra alguns preconceitos, algumas barreiras no dia a dia. Temos que lutar e buscar cada dia mais demonstrar para o pessoal que eles estão errados em relação ao nosso esporte. Tem gente que ainda julga o skate relacionado à droga e à marginalização. Não é assim. O skate salva vidas”, acrescenta.

Como convive em pistas de skate e comunidades há bastante tempo, Guilherme sugere que as pessoas que possuam preconceito em relação ao esporte frequentem o ambiente do skate em alguma oportunidade. “Se o pessoal tivesse a oportunidade de ir às pistas que frequento no meu dia a dia, nos meus finais de semana, iam conhecer pessoas que se libertaram do crack, do crime e da cadeia através do skate”, afirma.

Sem conseguir executar todas as manobras devido à lesão no ombro sofrida em maio, o atleta montenegrino vem fazendo treinamentos específicos para ter um bom desempenho em Gaspar. “Estou correndo 3 km todos os dias e fazendo treinos de mobilidade. O frio, com certeza, exige ainda mais treinamento e mais atenção. O aquecimento precisa estar 100%. Ainda sinto muita dor e desconforto na hora de algumas manobras, pois tranca um pouco o movimento. Mas isso é normal, porque meu ombro ficou pendurado”, completa.

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