Dois montenegrinos andaram cerca de 56 quilômetros até o estádio tricolor
Não era promessa. Tampouco uma aposta. Os gremistas Marcos Guarani e Jaime Büttenbender simplesmente escolheram caminhar até Porto Alegre, na última quarta-feira, dia 30, para assistir ao jogo entre Grêmio e Fluminense, pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. O empate sem gols da partida ficou em segundo plano para a dupla, que percorreu 56 quilômetros a pé em adesão à paralisação dos caminhoneiros.
Relacionada com a greve que atingiu todo o País, a ida dos dois torcedores a pé até a Arena do tricolor também teve como objetivo incentivar outros gremistas a fazerem o mesmo nas próximas partidas da equipe. Jaime e Marcos partiram da “rótula do Shell”, onde havia uma grande concentração de caminhoneiros, às 12h45min. Eles chegaram ao estádio às 21h (o jogo começava às 21h45min), em uma caminhada que durou 8 horas e 15 minutos. A dupla retornou de ônibus, com o Consulado tricolor da cidade.
Os dois montenegrinos levaram mochilas com água, roupas quentes e duas barras de chocolate para o trajeto. Durante o percurso, porém, as mochilas se juntaram com as dores musculares e viraram adversárias da dupla. “As mochilas atrapalharam, principalmente quando fizemos os quatro piques de corrida. As quatro primeiras horas de caminhada foram bem tranquilas. A quinta e a sexta foram mais desgastantes, começamos a sentir estresse muscular. Aí a sétima e a oitava foram de boa também, pois estávamos perto”, conta Guarani.
A iniciativa partiu do próprio Guarani, um dos integrantes do Consulado Gremista de Montenegro. “Primeira vez que fomos a pé daqui até a Arena. Tudo aconteceu da noite para o dia. Na noite anterior (terça-feira), estávamos jogando futebol e convidamos o pessoal do Consulado. Alguns toparam, mas só o Jaime foi junto. Essa ideia vai virar pauta nos consulados do tricolor pelo Estado. Levamos o hino do Grêmio ao pé da letra”, enaltece.
Durante a caminhada, várias pessoas encostaram na beira da faixa para oferecer carona à dupla, que agradeceu, explicou a proposta e seguiu adiante. “Encontramos muito lixo nas estradas, restos de construção. Muita gente buzinou, até pararam para nos dar bergamota”, comenta Guarani. “Quando tinha 18 anos e estava no quartel, caminhei 42km. Na quinta-feira, acordei bem. Aí na sexta estava todo dolorido, com três bolhas nos pés”, completa Jaime.
A próxima caminhada dos dois montenegrinos até a Arena já está agendada. No dia 16 de setembro, a dupla vai repetir o ato para o jogo contra o Paraná e espera que mais pessoas participem da iniciativa.